Reinaldo Glioche
O Globo de Ouro divulgou sua lista de melhores de 2023 na manhã desta segunda (11) com protagonismo de “Barbie” e “Oppenheimer” em cinema, e “Succession” no lado televisivo. A cerimônia de premiação, ainda sem transmissão garantida para o Brasil, está marcada para 7 de janeiro.
A edição de 2024 é a primeira sem o controle da Hollywood Foreign Press Association (HFPA), que vendeu todos os ativos, direitos e propriedades para a Dick Clark Productions e Eldridge. Agora, a Dick Clark Productions detém e produz os Prêmios Golden Globe. A DCP é de propriedade da Penske Media Eldridge, uma joint venture entre a Penske Media Corporation e Eldridge, que também é proprietária de importantes publicações de entretenimento nos EUA como The Hollywood Reporter, Variety e Rolling Stone, além do estúdio A24.
“Barbie”, maior bilheteria de 2023, lidera a corrida com 9 indicações, incluindo Filme em Comédia e Musical, Direção e roteiro. Além de indicações para as atuações de Margot Robbie e Ryan Gosling. Os filmes com mais performances indicadas, no entanto, são “Pobres Criaturas”, “Oppenheimer” e “Assassinos da Lua das Flores”, todos com três interpretações contempladas.
Dois filmes não americanos integram a disputa na categoria de melhor filme dramático (“Anatomia de Uma Queda” e “Zona de Interesse”), um fato raro adensado, ainda, pela presença de “Vidas Passadas”, amplamente falado em coreano. Outro aspecto a se destacar é a força dos festivais de cinema a posicionar favoritos da premiação. Filmes lançados em Cannes, Veneza e Sundance dominam a lista e apenas “Oppenheimer”, entre os indicados a Melhor Drama, não foi exibido em nenhum festival.
Este ano marca, ainda, a chegada de duas novas categorias: melhor blockbuster e melhor performance em um especial de humor. Há também a expansão de indicados nas categorias principais, que passam a contar com seis ao invés de cinco contemplados.
Boa seleção
De maneira geral, a seleção de melhores do ano aferida pela organização de jornalistas que compõem o Globo de Ouro foi muito boa e mimetiza bem o jogo de forças do cinema atual. Há boa presença de produções do streaming, como “Maestro”, da Netflix, e “Assassinos da Lua das Flores”, da Apple, do cinemão ( “Barbie” e “Oppenheimer”), do cinema autoral de prestígio (“Pobres Criaturas” e “Segredos de um Escândalo”), dos darlings de festivais (“Todos Nós Desconhecidos” e “American Fiction”) e do cinema independente (“Vidas Passadas”).
Na TV, o Globo de Ouro teve dificuldades de manter sua tradição de ser um farol para programas novos em virtude do péssimo ano para séries e acabou reproduzindo vícios como “Ted Lasso” e “Only Murders in the Building”, que já viveram dias melhores, mas abriu frente para boas lembranças como “1923” e “Jury Duty”. Todavia, trata-se de uma das listas mais apáticas e desinteressantes em muito tempo. Como registro histórico, talvez sirva como marco de que a era de ouro das séries e TV realmente acabou.