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Azabudai Hills: o oásis urbano inovador de Tóquio

Redação Culturize-se

No coração do movimentado distrito de Azabudai Hills, em Tóquio, emerge um novo paradigma para a vida urbana contemporânea, moldado pelo design visionário do arquiteto britânico Thomas Heatherwick. A paisagem multidimensional, que abre suas portas esta semana após mais de três décadas de planejamento meticuloso, é um testemunho do primeiro grande projeto do Heatherwick Studio no Japão.

Heatherwick, conhecido por sua abordagem inovadora ao design, encontra inspiração na mistura dinâmica de natureza e arquitetura. Azabudai Hills, abrangendo oito hectares e desenvolvido pela Mori Building, oferece uma experiência de cidade dentro de uma cidade, desafiando as noções tradicionais de espaços urbanos.

Uma sinfonia de elementos

Azabudai Hills
Foto: Raquel Diniz

No cerne de Azabudai Hills está um complexo jogo de elementos, incluindo três novos arranha-céus que se elevam no horizonte de Tóquio, um próspero distrito comercial acomodando 20.000 trabalhadores, 1.400 residências com interiores projetados por Yabu Pushelberg, 150 lojas, um centro médico de ponta, galerias importantes e um templo relocado. O design de Heatherwick integra perfeitamente esses diversos componentes, criando uma harmoniosa tapeçaria urbana.

A ambição de Heatherwick vai além do planejamento urbano tradicional. Evitando o rótulo de um mero centro comercial, ele enxerga Azabudai Hills como um novo distrito, convidando as pessoas a explorar seus espaços interconectados. A arquitetura de níveis inferiores, apresentando uma grade semelhante a treliça coberta de plantas, atua como o tecido conectivo, entrelaçando-se por uma área central verde com 320 espécies de plantas. A grade, feita de concreto reforçado com vidro, abraça calor e tatilidade, enquanto sua dinâmica orgânica suaviza a paisagem, tornando-a acessível e de escala humana.

Dentro da área central verde, a estrutura de 16 metros de altura de Heatherwick, chamada de A Nuvem, é um testemunho da fusão de natureza e arte. Inspiradas pelo quilling de papel, suas intricadas formações em loop adicionam um toque de fantasia à paisagem. Instalações de arte, como ‘Miss Forest’, de Yoshitomo Nara, contribuem ainda mais para a vitalidade artística de Azabudai Hills.

Heatherwick introduz o conceito do ‘valor nutricional’ das estruturas, enfatizando seu impacto duradouro na vida humana. Em uma cidade onde a idade média dos edifícios comerciais é notavelmente curta, Heatherwick desafia a noção de arquitetura descartável. Ele incentiva uma abordagem de design que promove conexões emocionais, tornando as estruturas dignas de preservação por gerações.

Baseando-se em insights de neurociência, Heatherwick enfatiza a importância da complexidade nos espaços urbanos. Azabudai Hills oferece uma rica tapeçaria de sombras, texturas e pontos de luz elevados, proporcionando a complexidade necessária para estimular o cérebro humano. Isso, argumenta Heatherwick, contribui para uma experiência urbana mais enriquecedora e menos estressante.

Azabudai Hills
Foto: Kenji Masunaga

Perspectivas

Refletindo sobre a jornada de quase uma década no design de Azabudai Hills, Heatherwick reconhece, em entrevistas à imprensa japonesa, a clareza recém-descoberta do estúdio. As lições aprendidas com este projeto alimentam um foco renovado na pequena escala e na importância dos distritos em relação aos edifícios individuais. O sucesso de Azabudai Hills torna-se um catalisador para futuros projetos que buscam conexões significativas com as pessoas, enfatizando o potencial transformador de ambientes urbanos bem projetados.

Essencialmente, Azabudai Hills emerge não apenas como uma coleção de edifícios, mas como um testemunho do poder transformador do design cuidadoso, entrelaçando natureza, arquitetura e arte para criar um distrito que ressoa com o pulso de Tóquio.

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