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Crises políticas no Brasil pouco interessam à imprensa estrangeira

A cobertura das crises corporativas brasileiras no exterior ocupou 27% do noticiário internacional sobre o país, em 2023, segundo estudo de universidade americana

Redação Culturize-se

A combinação frequente dos termos “Brasil” e “crise” é observada tanto nacionalmente quanto internacionalmente. De janeiro a setembro deste ano, mais de 12,6 mil reportagens em veículos de imprensa estrangeiros exploraram essa conexão, abordando questões políticas, financeiras, ambientais e, principalmente, corporativas. Segundo uma pesquisa global inédita da Imagem Corporativa, realizada em parceria com o centro de estudos See Suite da Universidade de Georgia (EUA), os casos de Americanas e trabalho escravo em vinícolas brasileiras receberam mais atenção do que eventos políticos, como os atos golpistas de janeiro e o escândalo das joias envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em março.

O Ministro do STF Alexandre de Moraes | Foto: Divulgação

A cobertura das crises corporativas brasileiras no exterior ocupou 27% do noticiário internacional sobre o país, superando as reportagens sobre eventos políticos, que representaram 24% do total. As crises financeiras (15%), ambientais (14%), sociais (13%) e relacionadas a esportes (7%) completaram a lista. De acordo com a Imagem Corporativa, a cobertura nacional teve prioridades distintas em comparação com a internacional. A imprensa brasileira deu mais espaço às crises políticas, que ocuparam 31% do noticiário no período analisado, seguidas pelos escândalos sociais, como a crise humanitária em terras Yanomamis, fome e miséria (24%). Cerca de 19% do espaço foi dedicado a questões corporativas.

Apesar da associação automática de crises a um cenário negativo, perda de prestígio e possíveis prejuízos para as relações comerciais, a pesquisa destaca que apenas 23% do noticiário internacional foi efetivamente negativo. A maioria das reportagens (mais de 75%) foi considerada neutra, abordando os assuntos com parcimônia e moderação. Além disso, 1% (168 reportagens) do noticiário internacional relacionado a crises retratou o Brasil de forma positiva, como na atuação do governo em questões ambientais relacionadas à Amazônia e em relação a conflitos internacionais, como a guerra na Ucrânia.

A maioria das reportagens analisadas foi veiculada em veículos dos EUA (57%), Índia (7%), Reino Unido (5%), Canadá (4%) e Austrália (3%).

O levantamento foi concebido pelo Núcleo de Inteligência de Dados da consultoria Imagem Corporativa, em parceria com a Universidade da Georgia. Foram consideradas apenas reportagens em língua inglesa, independentemente do local de publicação. É importante ressaltar que, se uma história não foi categorizada como crise pelo veículo que a publicou, não está incluída no conjunto de dados analisados.

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