Redação Culturize-se
Yoshua Bengio, diretor científico do Mila – Quebec AI Institute, é um pioneiro em redes neurais artificiais e deep learning, uma abordagem de aprendizado de máquina inspirada no cérebro. Ele foi uma das autoridades no tema consultadas pela subcomissão do Senado dos EUA que está pavimentando a legislação para regulamentar a tecnologia. Ele explicou que, anteriormente, acreditava-se que a inteligência artificial atingiria níveis amplos de competência cognitiva humana em décadas ou até séculos, mas agora acredita que isso poderia acontecer em alguns anos ou décadas, o que é preocupante devido às ameaças potenciais à democracia, segurança nacional e ao nosso futuro coletivo.
Bengio discute sua evolução de pensamento sobre os riscos da IA, reconhecendo que estava subestimando a natureza de uso duplo e o potencial de perda de controle da tecnologia. Ele percebeu que a IA poderia ser mais perigosa do que inicialmente pensava e que a ameaça poderia surgir mais cedo do que o previsto. Ele também destaca que muitos em sua comunidade estão relutantes em abordar essas questões devido a tabus na comunidade de pesquisa em IA.
Bengio destaca que a interação com a IA e o reconhecimento de padrões na linguagem natural podem ser usados para influenciar as pessoas em direções perigosas, como a disseminação de teorias da conspiração. Ele também observa que a IA poderia ser usada para manipular o mundo real, incluindo o clima e sistemas econômicos. Ele defende a necessidade de regulamentação e tratados internacionais para mitigar os riscos associados à IA.
O cientista enfatiza a importância de cientistas e pesquisadores de IA abordarem essas questões, mesmo que elas envolvam incertezas e considerações éticas. Ele acredita que a comunidade global deve se unir para enfrentar os desafios da IA e que a regulamentação pode desacelerar o progresso da tecnologia e minimizar as ameaças potenciais à humanidade.