Por Patricia Dantas, de Londres
“Todos Nós Desconhecidos” teve sua première europeia durante o 67° Festival de Cinema de Londres no Royal Festival Hall, na noite de domingo (8). O filme também integra a programação do Festival do Rio. Com direção de Andrew Haigh, o longa emocionou a plateia ao contar a história de Adam (Andrew Scott), um roteirista solitário que inicia uma relação com seu vizinho misterioso Harry (Paul Mescal). À medida em que o romance dos dois avança, Adam continua retornando à casa onde foi criado, buscando superar traumas de seu passado e se reconectar com seus pais mortos quando ele era criança, interpretados brilhantemente por Claire Foy e Jamie Bell.
“Espero que todos nós sejamos capazes de nos conectarmos com as coisas que todos nós queremos da vida, que é encontrar algum tipo de amor, conforto e carinho. No final, é isso que o filme está perguntando: como podemos garantir que cuidamos daqueles que amamos?”, disse Andrew Haigh aos jornalistas no tapete vermelho da estreia.
Na ocasião, o cineasta também comentou o desafio de transmitir a dinâmica entre pais e filho, já que o ator Andrew Scott é mais velho que seus colegas Jamie Bell e Claire Foy.
“Você sabe, é um conceito que poderia não ter funcionado. E sempre me preocupei em como fazer isso funcionar. Mas acho que, no fim das contas, as atuações são tão boas que você simplesmente acredita nessa ideia E você acredita, a idade é meio irrelevante de qualquer maneira”, acrescentou o diretor.
Comentando se teve algum tipo de influência de outros filmes ou séries para desenvolver a trama, Haigh afirmou que tentou seguir seu próprio estilo.
“Não houve nada específico sobre isso, e acho que estava tentando fazer algo que fosse uma espécie de zona externa. É um pouco diferente da maioria das coisas, então não vi muitos filmes enquanto me aproximava da história. Então tentei apenas manter isso interessante”, explicou Haigh.
Conhecido pelos longas “A Rota Selvagem” (2017) e “Looking: The Movie” (2016), o cineasta britânico ainda fez questão de elogiar o elenco estrelado, o que tornou mais fácil encarar o set de gravações.
“Eu me sentia privilegiado todos os dias trabalhando com Andrew, Paul, Claire e Jamie. Quero dizer, quando você tem atores assim, filmagens assim, você fica tipo, tudo está bem. Então foi super divertido, super emocionante trabalhar com eles”, recordou.
Lidando com os temas de luto e homofobia, o diretor espera que o longa-metragem ressoe com uma audiência ampla.
“Bem, acho que o que é ótimo no filme é que trabalhei em um nicho muito específico em termos de um público queer e gay. E, como plateia, você sabe, toca nos temas de solidão, tristeza e perda. E eu acho que tem o que as pessoas pensariam que é um elemento de nicho e tem essa coisa universal. Minha esperança é que o filme comova todos os públicos e que as pessoas possam interpretar essas coisas de várias maneiras”, finalizou o cineasta.
“Todos Nós Desconhecidos” estreia nos Estados Unidos em 22 de dezembro e tem previsão de estreia para o primeiro trimestre de 2024 nos cinemas brasileiros.