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Edson Aran

Como já escrevi aqui no Culturize-se, adoro assistir programas de análises políticas. Como nunca tive paciência com futebol, esses shows são a minha mesa-redonda. Vejo todos, um atrás do outro. Na TV, no YouTube e até no streaming. Mas curto, principalmente, os personagens que se repetem em vários deles. É como se eles fossem os heróis dos filmes de Hollywood. Nunca são exatamente os mesmos, mas, espere… eles são exatamente os mesmos!

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Agresílvio, o Opressor Libertário: “Veja bem, eu tenho o direito constitucional de me armar para defender a minha liberdade diante de um estado coletivista. Isso é legítimo. Se um cara vem limpar o vidro do meu carro, por exemplo, eu preciso ter o direito de meter bala nele, ora. Isso está garantido dentro das quatro linhas da Constituição, pelo amor de Deus!”

Adesilson, o Governista Irritado: “A questão é o seguinte: se o dólar e a inflação não baixarem até o final desta semana, vai ficar claro que os dois são bolsonaristas e têm a missão de sabotar o atual governo. Isso é líquido e certo.”

Adão, o Adjetivador Piradão: “O ditador da Síria é um facínora cruel, desumano, homicida, psicopata e fedido, mas não podemos nos esquecer que a oposição a ele é feia, troncha, fanática, sociopata, assassina e fedorenta!”

Acrobatins, o Malabarista de Palavras e Afins: “O que ela faz, no sentido de produzir, é uma coisa maravilhosa, seja no jeito de maravilhar, seja na maneira de concretizar algo que realmente, de qualquer ponto de vista, engrandece o ser humano enquanto criatura viva e pulsante, pois ilumina a alma e aquece o coração, que é a coisa mais incrível que pode acontecer à sociedade como um todo. Tenho a felicidade fundamental de que essa é uma sensação sensacional”.

Obviovaldo, o Cara que, bem, diz Sempre o Óbvio: “No cômputo geral, o governo tem os votos dos governistas e a oposição tem os votos dos oposicionistas, mas há ainda que considerar aqueles indecisos, que ora votam de um jeito e ora votam de outro jeito. Mas o importante é salientar que a soma total de todos os votos precisa ser suficiente para aprovar ou derrotar uma proposta, venha ela do governo ou da oposição”.

Megafonso, o Porta-voz informal: “O problema do governo é de comunicação. Afinal, quem não comunica, se trumbica. Alô, atenção, vocês querem bacalhau? Êêêê. Vocês querem Bolsa-Família? Êêêê. Roda, roda, roda e avisa, um minuto pro comercial…”

Dirce Tativa, a professora: “O centrão, que não é de esquerda e nem direita, mas que é, sim, de direita, faz com o governo, que é quem governa, o jogo do toma lá dá cá, que é sempre o de tomar, ou seja pegar, com a promessa de dar, que é o ato de entregar, mas que não entrega, ou seja, não dá.”

E, para concluir, um poeminha…

Vou fazer um debate na TV

Você concorda comigo

E eu concordo com você

Será uma discussão acalorada

A gente diz a mesma coisa

Mas de forma elaborada

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