Longa protagonizado por Jason Statham calcula os riscos – e a diversão – em um filme deliciosamente exagerado e com foco total na diversão
Por Reinaldo Glioche
Desde o prólogo, fartamente exibido nos materiais promocionais, “Megatubarão 2” diz a que veio de maneira esperta e bem-humorada. A ideia aqui é divertir escalando o absurdo, algo que o primeiro filme, lançado em 2018, soube fazer tão bem.
Sai John Turteltaub e entra Ben Wheatley no comando do show, que ganha mais cenas submersas, aquela eterna tentativa de emular “Alien” no fundo do mar, um plot conspiratório logo abandonado e mais atenção à fauna pré-histórica que faz companhia aos megatubarões. Além de Jason Statham, algumas outras figuras do primeiro filme retornam, como Cliff Curtis.
O longa começa com o Jonas Taylor de Statham fazendo as vezes de um James Bond ecoambiental, mas sua função primária agora é atuar no instituto de proteção e preservação oceânica do irmão de Suyin, vivido pelo astro chinês Jing Wu, e servir de babá para a filha dela, Meiying.
Ele lidera as expedições exploratórias ao fundo do mar em submersíveis para lá de sofisticados, um elemento que à luz do desaparecimento do submarino que foi turistar nos escombros do Titanic há alguns meses fazem esses veículos altamente tecnológicos parecerem mais improváveis do que o megatubarão, mas essa é outra história. Fato é que em uma dessas expedições, tudo, claro, dá errado e está na hora de “enfrentar um problema de cada vez”, como repete Taylor como uma espécie de mantra. Um James Bond ecoambiental precisa de alguns desses.
Wheatley não tem o mesmo traquejo para cenas de ação de seu antecessor, mas o humor é sempre um ponto de estabilização diante de inseguranças – e também do ridículo. Mesmo sem uma figura como Rainn Wilson, um dos principais eixos do primeiro filme, o filme aposta no nonsense e jamais comete o erro de se levar a sério. É divertido ver a diva canina que roubou a cena no 1º filme ganhar mais tempo de tela e o reconhecimento dos roteiristas, assim como é divertido ter tanta coisa acontecendo no clímax do filme, inclusive uma luta de grandes seres marítimos.
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Talvez não precisemos de um terceiro filme dessa despretensiosa franquia de verão, embora a dobradinha tão bem costurada com o show business chinês sugira uma lógica diferente para os engravatados de Hollywood, mas ver Jason Statham caçando tubarões gigantes portando arpões em um jetski tem um charme irresistível.