Redação Culturize-se
Em entrevista recente ao The Times, o cineasta americano Wes Anderson disse se recusar a assistir virais de TikTok que tem seu filmes e estilo como matriz. “Eu sou muito bom em me proteger desse tipo de coisa. Se alguém me manda algo desse tipo, eu imediatamente apago e respondo: ‘Por favor, me desculpe, mas não me mande vídeos de pessoas tentando imitar os meus filmes'”. O diretor, que está em plena maratona promocional de seu novo filme “Asteroid City”, deu detalhes do porque age como age: “Eu não quero assistir a esse tipo de coisa e pensar: ‘Então é isso que eu faço? É assim que as pessoas me veem?’. Não quero ter contato demais com outras pessoas tentando pensar em como eu faço as coisas, porque se isso acontecer, eu vou começar a imitar a mim mesmo!”.
E a questão da imitação, nessa alarmante emergente era das inteligências artificiais, é um ponto-chave aqui. Artes geradas por inteligências artificiais imaginando filmes como “Star Wars” e “Harry Potter” e séries como “Succession” dirigidas por Wes Anderson, seu novo filme, seu 11º, exclama a crítica internacional, é uma demonstração que apesar do temor do cineasta e de virais de TikTok e arte generativas de IAs, sua essência é mesmo irreproduzível.
O crítico Isaac Feldberg em sua resenha observou que “Asteroid City” é “agradável em um nível superficial, mas também é um poema existencial com várias camadas. É Wes Anderson em seu momento mais maduro e mágico – e em sua singularidade, de uma forma que ninguém mais consegue capturar – especialmente não a inteligência artificial”. Para o Culturize-se, Mariane Morisawa registra que o cineasta cria “uma deliciosa galeria de personagens esquisitos”.
O filme estreia em circuito limitado nesta sexta-feira nos EUA. No Brasil, a espera será maior, já que o longa chega apenas no dia 10 de agosto.
Culto a Wes
Coincidindo com o lançamento do filme, uma exposição em Londres – de 17 de de junho a 7 de julho – cenários originais, adereços, figurinos e obras de arte que integram a cidade fictícia que dá nome ao longa. Os devotos da cidade fictícia também poderão jantar no icônico Diner dos anos 1950 do filme, que será recriado no local (é bom Wes se preparar para o próximo viral). Este é o mundo maravilhosamente excêntrico de Anderson e, assim como os protagonistas ecléticos de “Asteroid City”, todos nós estamos vivendo nele.