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“Operação Hunt” revive paranoia dos thrillers dos anos 70

Por Reinaldo Glioche

Exibido no festival de Cannes 2022, “Operação Hunt” marca a estreia de Lee Jung-Jae, que ficou globalmente famoso por protagonizar a série da Netflix “Round 6”, como diretor. Ele também estrela o longa que se assevera como uma homenagem aos thrillers de espionagem da década de 70 como “Três dias do Condor”.

Foto: divulgação

A trama acompanha Park Pyong-ho (Lee Jung-jae) e Kim Jung-do (Jung Woo-sung), integrantes da Agência Central de Inteligência Sul-Coreana. Eles pertencem a divisões diferentes e precisam desmascarar a identidade de um traidor infiltrado e acabam descobrindo a existência de um plano para assassinar o presidente do país.

A paranoia é a matéria-prima aqui. Todos são suspeitos e a tensão pelos desdobramentos possíveis – e indesejáveis – alimenta a trama.

Jung-jae mostra perícia narrativa para manter a tensão em alta sem descuidar dos personagens e ainda mostra apuro visual nas cenas de ação, todas muito bem delineadas e coreografadas. A cadência do longa é mais norte-americana do que sul-coreana, o que não representa um defeito, é apenas uma curiosidade.

Outra curiosidade é o olhar para a animosidade entre as duas coreias. Acostumados a produções de espionagem que abordam as relações EUA – Rússia ou EUA – China, eis aqui uma oportunidade de arejar os horizontes geopolíticos em matéria de “ficção com um tantinho de verdade”.

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