Redação Culturize-se

O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP) abrirá as portas do novo Edifício Pietro Maria Bardi, em março, com a exposição “Isaac Julien: Um maravilhoso emaranhado”. A mostra, inédita no Brasil, integra o calendário inaugural do espaço e estará em cartaz até agosto de 2024.
A obra central da exposição, criada pelo artista e cineasta inglês Isaac Julien, foi apresentada pela primeira vez em Londres, em 2019. Trata-se de uma vídeo-instalação composta por nove projeções simultâneas em grandes telas, que exploram a arquitetura e o legado da modernista Lina Bo Bardi (1914-1992). Com interpretações de Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, que dão vida a Lina em diferentes fases de sua trajetória, a instalação busca destacar a dimensão poética e visionária da arquiteta e designer brasileira.
Gravado em locações icônicas de São Paulo, como o MASP, o Sesc Pompeia e o Teatro Oficina, além de espaços emblemáticos de Salvador, como o Museu de Arte Moderna, o Restaurante Coaty e o Teatro Gregório de Mattos, o trabalho também inclui performances especialmente desenvolvidas. Entre elas, uma coreografia encenada pelo Balé Folclórico da Bahia e intervenções do coletivo de arte brasileiro Araká. A participação do ator e diretor Zé Celso, cofundador do Teatro Oficina, e a trilha sonora da compositora germano-espanhola Maria de Alvear conferem profundidade à narrativa audiovisual.
A exposição, com curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico do MASP, e assistência de Matheus Andrade, revisita aspectos sociais, políticos e culturais do pensamento de Lina Bo Bardi, utilizando artigos e cartas da arquiteta como ponto de partida para reflexões filosóficas. O título, “Um maravilhoso emaranhado”, é inspirado em um pensamento da própria Lina: “O tempo linear é uma invenção ocidental; o tempo não é linear, é um maravilhoso emaranhado onde, a qualquer instante, podem ser escolhidos pontos e inventadas soluções, sem começo nem fim.”
Isaac Julien, nascido em Londres em 1960, é conhecido por tensionar os limites entre diferentes formas artísticas, como arquitetura, música, fotografia e pintura, por meio de narrativas audiovisuais e instalações multimídia. Sua obra busca criar diálogos entre disciplinas e ressignificar o papel da arte no entendimento de questões históricas e contemporâneas.