Redação Culturize-se
O ano de 2025 marca um capítulo significativo na história do MASP (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand), com a inauguração do edifício Pietro Maria Bardi e uma programação robusta que reflete o compromisso do museu com a inovação e a reflexão crítica. No cerne das atividades está o programa Histórias da Ecologia, que se junta a uma sequência de iniciativas temáticas realizadas desde 2016, abordando questões contemporâneas e históricas por meio da cultura visual e das práticas artísticas. A inauguração das novas galerias e exposições consolida o MASP como um centro de diálogo e transformação cultural.
Histórias da ecologia: arte e crise climática
O programa Histórias da Ecologia amplia a abordagem do MASP para questões ambientais, examinando a crise climática e a relação entre humanos e o ecossistema. Ao substituir o termo “natureza” por “ecologia”, a proposta reflete uma perspectiva integradora, considerando o ser humano como parte de um sistema complexo e interdependente. Artistas, coletivos e ativistas de diferentes partes do mundo apresentarão criações que respondem às crises climáticas, políticas e sociais, convidando o público a repensar a interação entre seres vivos e seu meio.
Complementando essa reflexão, a instalação interativa O Outro, Eu e os Outros, do artista colombiano Iván Argote, será apresentada no vão livre do museu. A obra explora a relação entre o indivíduo e o coletivo, fomentando o diálogo sobre o papel do cidadão no espaço público e na transformação social.
Renoir e a história do MASP
Um dos destaques da programação de 2025 será a exposição dedicada a Pierre-Auguste Renoir, com as treze obras do artista presentes no acervo do museu, incluindo doze pinturas e uma escultura. Esse conjunto abrange praticamente toda a carreira do pintor francês, figura central do impressionismo, cuja obra se destacou pela celebração da figura humana e cenas do cotidiano. Esta será a primeira vez em mais de duas décadas que todas as obras de Renoir do acervo serão exibidas juntas, oferecendo ao público uma oportunidade única de apreciar sua evolução artística.
Paralelamente, a exposição Histórias do MASP traçará um panorama das mais de sete décadas de história do museu. Desde suas origens na Rua 7 de Abril até a inauguração da icônica sede na Avenida Paulista, o MASP desempenhou um papel fundamental na vida cultural de São Paulo e do Brasil. A nova mostra apresentará a formação do acervo, a evolução das exposições e as transformações arquitetônicas do museu, convidando o público a refletir sobre seu impacto no imaginário artístico nacional.
Artes da África e geometrias: diálogos culturais
Outro pilar da programação será a nova leitura crítica da coleção de arte africana do MASP, composta por cerca de 120 peças, incluindo estatuetas e máscaras de grupos como os Iorubá, Dogon e Ashanti. O projeto, liderado pela arquiteta Gabriela de Matos, buscará escapar das convenções dos museus etnográficos, propondo formas contemporâneas de exibir objetos culturais. Em diálogo com essa coleção, os artistas brasileiros biarritzzz e Pedro Ivo Cipriano criarão obras que conectam as tradições africanas às transformações culturais brasileiras.
A mostra Geometrias também merece destaque, reunindo cerca de 40 obras do acervo que exploram a abstração geométrica em diversos contextos. Desde artistas concretos e neoconcretos, como Hélio Oiticica e Judith Lauand, até criadores indígenas e afro-brasileiros, como Rubem Valentim e Daiara Tukano, a exposição transcende barreiras temporais e culturais. A diversidade de abordagens reforça a riqueza do acervo do MASP, que vem sendo expandido nos últimos anos com obras de nomes como Laura Lima e Melissa Cody.
Um ano de transformação
A programação de 2025 reflete a contínua evolução do MASP como uma instituição que não apenas preserva o passado, mas também molda o futuro. A inauguração do edifício Pietro Maria Bardi não é apenas um marco arquitetônico, mas também um símbolo do compromisso do museu com a acessibilidade e a inclusão, ampliando o diálogo entre diferentes culturas, épocas e perspectivas. Com exposições que conectam arte, história e questões contemporâneas, o MASP reafirma sua posição como um espaço de inspiração e transformação cultural.