Redação Culturize-se
O Instituto Inhotim, localizado em Brumadinho (MG), encerrou 2024 com um marco histórico: mais de 335 mil visitantes, o maior número em sete anos. Destes, quase 60% acessaram o espaço de forma gratuita, por meio de iniciativas como “Nosso Inhotim”, “Quarta-feira Gratuita” e “Domingo Gratuito”.
Paula Azevedo, diretora-presidente desde 2022, destacou a consolidação da institucionalização do Inhotim. “Fortalecemos a transparência na gestão, revisitamos nossos valores e reafirmamos nosso propósito de unir arte, natureza e educação com impacto local e global”, afirmou. A sustentabilidade e a valorização da diversidade guiaram os avanços institucionais, desde políticas internas até a programação pública.
Arte e exposições
O ano artístico foi marcado pela inauguração de seis exposições temporárias de longa duração, visitadas por mais de 8 mil pessoas apenas nas datas de abertura. Entre os destaques está O Barco (2021), de Grada Kilomba, uma obra impactante que aborda a memória da escravidão. A peça ocupa 220m² e inclui performances com artistas da diáspora africana. Outra atração foi Esconjuro, de Paulo Nazareth, que transformou a Galeria Praça em um espaço dinâmico, com montagens sazonais.
Exposições coletivas e individuais enriqueceram o acervo. Ensaios sobre Paisagem abordou arte e natureza, enquanto Pipilotti Rist, Rebeca Carapiá e Rivane Neuenschwander trouxeram visões únicas sobre corpo, política e meio ambiente. Essas mostras, em cartaz até 2026, consolidam o Inhotim como referência em arte contemporânea.
Educação e Impacto Social
A área educacional realizou 11 projetos, incluindo Nosso Inhotim, LAB Inhotim e Jovens Agentes Ambientais, atendendo mais de 41 mil pessoas, um aumento de 44% em relação a 2023. O destaque foi o lançamento do livro “O que o nosso povo contou”, que reúne histórias das comunidades quilombolas de Brumadinho, fortalecendo laços culturais e memória coletiva.
O programa “O que é…?” estreou com questões filosóficas, como “O que é um sonho?” e “O que é o tempo?”, reunindo artistas e pensadores renomados. Já o seminário Transmutar promoveu debates sobre sustentabilidade, com participações de intelectuais como Jota Mombaça e Japira Pataxó.
O ano trouxe conquistas na conservação ambiental. O Banco de Sementes do Inhotim alcançou 508 mil exemplares de espécies nativas, um aumento de 27%. O instituto também resgatou mais de mil plantas em áreas de mineração. Além disso, obteve certificações internacionais, como o selo BGCI Accredited Garden, destacando sua atuação exemplar na gestão ambiental.
Anoitecer Inhotim: arte e solidariedade
O evento beneficente “Anoitecer Inhotim”, patrocinado pela Gucci, arrecadou R$ 3,2 milhões em prol do instituto. Com shows de artistas como Amaro Freitas, Zé Manoel e Titãs, além de uma programação sustentável, o evento atraiu 400 convidados e recebeu milhares de visitantes no dia seguinte, reforçando a integração entre arte, música e gastronomia.
Em 2024, o Instituto Inhotim reafirmou sua posição como um espaço de transformação social, cultural e ambiental, fortalecendo seu legado para as futuras gerações.
