Redação Culturize-se
Ir ao cinema hoje em dia evoca uma sensação nostálgica semelhante à de receber uma carta pelo correio: um ritual com charme atemporal em um mundo digital. Essa analogia se aplica particularmente ao Visum Mundi, um cinema de arte em Wageningen, Holanda, localizado em um edifício histórico que testemunhou a assinatura do tratado de paz entre os Países Baixos e a Alemanha, encerrando a Segunda Guerra Mundial.
No entanto, a experiência oferecida pelo Visum Mundi transcende a nostalgia ao incorporar elementos de design sofisticados e sustentáveis, comparáveis às luxuosas salas de cinema VIP no Brasil e no México. No Brasil, redes como Cinépolis e Cinemark introduziram salas prime com poltronas reclináveis, serviço de garçom e cardápios elaborados. Já no México, a Cinépolis VIP é sinônimo de experiências cinematográficas exclusivas, com ênfase no conforto e na gastronomia. O Visum Mundi, embora menor em escala, reinventa esse conceito com um toque europeu intimista e cultural.
Projetado pelo estúdio londrino Fare Inc., o cinema mistura história e modernidade. Respeitando os códigos de conservação, o design incorpora materiais sustentáveis e uma paleta de cores que homenageia o passado de tempos de guerra com tons militares e azuis celestes. Lustres em formato de dente-de-leão iluminam o teto inclinado, enquanto tecidos camuflados em azul e móveis vintage pontuam o bar no térreo. Este espaço não oferece apenas um lugar para assistir filmes, mas também uma imersão na memória e na estética de seu tempo.
O conceito do Visum Mundi ressoa com o apelo das salas VIP: é menos sobre os filmes e mais sobre a experiência como um todo. Embora não ofereça os luxos de um menu gourmet ou poltronas motorizadas, o cinema atrai visitantes com um ambiente cuidadosamente elaborado, combinando a intimidade da arte com a história local.