Assassinato de executivo nos EUA deflagra a ‘memificação’ de crimes

Redação Culturize-se

Foto: Reprodução/CBS

Na manhã de segunda-feira (9), foi divulgado que Luigi Mangione havia sido preso como suspeito no caso do assassinato a tiros de Brian Thompson, executivo da UnitedHealth. Enquanto a UnitedHealth, um gigante da área de saúde avaliado em US$ 500 bilhões, tentava lidar com a tragédia, a internet reagiu com frenesi. A divulgação do nome de Mangione intensificou o escrutínio online, com usuários de várias plataformas investigando sua vida.

Do Facebook ao Reddit e LinkedIn, a pegada digital de Mangione foi rapidamente desenterrada. Usuários compartilharam fotos do jovem de 26 anos com familiares e amigos, analisaram suas postagens sobre temas como o Unabomber, clubes universitários e dores nas costas, além de examinarem seu histórico de emprego e atividades pessoais. Mesmo com a exclusão de alguns perfis, capturas de tela foram salvas, repostadas e circuladas, alimentando especulações contínuas.

As plataformas de mídia social reagiram de formas diferentes. O Facebook, Instagram e Reddit removeram as contas de Mangione, enquanto o X, de Musk, inicialmente suspendeu seu perfil, citando violações de regras. Após reclamações de usuários que levaram o caso à atenção de Musk, o X restaurou a conta, concedeu a ela um selo de verificação azul e viu seu número de seguidores crescer para mais de 400 mil. A decisão destacou a abordagem característica de Musk em relação a controvérsias: amplificá-las em vez de reprimi-las.

A tragédia também desencadeou uma onda de indignação contra a UnitedHealth, com usuários expressando queixas sobre negativas de cobertura e o aumento dos custos médicos. Alguns chegaram a justificar ou até glorificar a violência, criando uma crise de relações públicas para a empresa. As ações da UnitedHealth caíram mais de 15%, e preocupações com possíveis imitações do crime se espalharam pelo mundo corporativo nos Estados Unidos.

Simultaneamente, a reação online tomou um rumo sombrio. Teorias da conspiração, memes e até produtos começaram a surgir, enquanto usuários aproveitam o momento para construir suas marcas pessoais e gerar conteúdo. Esquetes e postagens virais frequentemente banalizam o ocorrido, enquanto algumas correm o risco de incitar mais violência.

Este incidente levanta questões urgentes sobre o papel das plataformas de mídia social na moderação de conteúdo. Quando as empresas devem agir e até onde deve ir seu alcance? Que incentivos existem para limitar conteúdos nocivos quando eles impulsionam o engajamento? Enquanto a história de Mangione continua a dominar o ambiente digital, principalmente nos EUA, ela destaca o complexo equilíbrio entre liberdade de expressão e responsabilidade das plataformas na era digital.

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