Consumidores estão mais dependentes de avaliações online para fazer compras

Redação Culturize-se

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Foto: Pexels

As compras online, que antes eram uma solução conveniente, evoluíram para uma experiência complexa e muitas vezes esmagadora para os consumidores. O público se encontra cada vez mais imerso em avaliações que refletem uma tendência mais ampla: uma busca obsessiva pelo “melhor” produto, impulsionada pelo volume de opções e informações disponíveis na internet.

Essa mudança no comportamento do consumidor é generalizada. Pesquisas mostram que 93% dos compradores consideram avaliações antes de comprar, e 58% fazem isso semanalmente. Paradoxalmente, mais informações têm levado a maior insatisfação. Consumidores relatam frustração e ansiedade ao navegar por infinitas avaliações e comparações até mesmo para itens triviais, como mata-moscas ou protetor solar. Esse “trabalho de consumo” transferiu efetivamente o fardo da pesquisa de mercado dos vendedores para os compradores, tornando o ato de comprar uma tarefa cada vez mais tediosa.

Nesse cenário, as avaliações funcionam como substitutos da experiência direta. Elas ajudam os consumidores a avaliar produtos que não tocaram, provaram ou testaram. Contudo, confiar nas avaliações tem suas armadilhas. Uma parte significativa — até 40% — das avaliações online pode ser falsa, deixando os consumidores tentando distinguir o autêntico do enganoso. Plataformas como o TikTok amplificam o problema, com influenciadores frequentemente omitindo que estão promovendo conteúdo pago.

Essa dependência excessiva de avaliações tem impactos psicológicos profundos. Muitos consumidores sentem-se compelidos a buscar a perfeição em cada compra, seja para escovas de cabelo ou latas de feijão. Essa mentalidade se alinha ao conceito de “maximizadores”, pessoas que buscam o melhor resultado possível, mas frequentemente acabam insatisfeitas. Por outro lado, “satisfatórios”, que aceitam o “bom o suficiente”, relatam maior satisfação. A busca implacável pela perfeição, alimentada por classificações e avaliações, promove o arrependimento do comprador, à medida que os consumidores questionam suas escolhas e são atraídos por anúncios sugerindo alternativas melhores.

Para alguns, a obsessão por avaliações atrapalha não só a tomada de decisões, mas também o senso de gosto pessoal.

Psicólogos defendem que uma mudança de abordagem é necessária. Aceitar o “bom o suficiente” não é fracasso, mas libertação. Ao abandonar o perfeccionismo, os consumidores podem recuperar seu tempo, reduzir o estresse e focar no que realmente importa, em vez de passar horas intermináveis percorrendo avaliações.

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