Jefferson Tenório examina “revolução silenciosa” das cotas em novo livro, “De Onde Eles Vêm”

Redação Culturize-se

O novo romance de Jeferson Tenório, “De Onde Eles Vêm”, aborda a trajetória dos primeiros estudantes cotistas nas universidades públicas brasileiras, explorando os desafios, os preconceitos e as lutas que marcaram essa transformação social e educacional. A narrativa se passa no início dos anos 2000 e acompanha Joaquim, um jovem negro e estudante de Letras, que sonha em se tornar escritor enquanto enfrenta dificuldades financeiras, a doença de sua avó e a falta de políticas complementares de apoio aos alunos cotistas.

Segundo Tenório, a obra busca retratar como as políticas de cotas não só ampliaram o acesso ao ensino superior, mas também expuseram as barreiras de permanência enfrentadas pelos alunos negros e periféricos em ambientes majoritariamente brancos e de classe média. Ele considera o sistema de cotas uma “revolução silenciosa” que transformou a sociedade brasileira, mas ressalta que ainda há muito a ser feito para garantir igualdade real de oportunidades.

O autor descreve Joaquim como um personagem em formação, tanto como leitor quanto como cidadão e escritor, que encontra na literatura uma forma de resistência e sobrevivência. Livros de autores como James Baldwin e Marcel Proust acompanham o protagonista, simbolizando o poder transformador da leitura mesmo diante de adversidades extremas.

“De Onde Eles Vêm” é considerado um livro-irmão de “O Avesso da Pele”, também de Tenório, ampliando o debate sobre raça, classe e exclusão social no Brasil contemporâneo. A crítica tem destacado a relevância da obra para compreender as complexidades do racismo estrutural e os impactos das cotas raciais na educação e na sociedade.

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