Brasil na Bienal de Veneza 2025: Um diálogo entre natureza e arquitetura

Redação Culturize-se

O Brasil apresentará na 19ª Mostra Internacional de Arquitetura – La Biennale di Venezia uma proposta que explora as complexas relações entre natureza, infraestrutura e práticas arquitetônicas. O projeto, com abertura prevista para 10 de maio de 2025, será desenvolvido sob a curadoria do grupo Plano Coletivo, representado pela arquiteta Luciana Saboia e pelos arquitetos Eder Alencar e Matheus Seco.

Eder Alencar, Matheus Seco e Luciana Saboia | Foto: Maressa Andrioli

A proposta curatorial estabelece um diálogo direto com o tema geral da Bienal, “Intelligens. Natural. Artificial. Collective.”, definido pelo curador Carlo Ratti. O projeto brasileiro busca cartografar ações que constroem o legado cultural nacional, com foco especial em práticas de reciclagem e reuso, explorando as relações entre infraestruturas humanas e não humanas.

Um dos pontos centrais da proposta é a análise da ocupação ancestral da Amazônia Central, relacionando-a com estratégias contemporâneas que buscam harmonizar sociedade, cidade e natureza. Segundo Eder Alencar, esta abordagem visa repensar coletivamente as formas de habitar o planeta diante das atuais crises socioambientais.

O projeto pretende incentivar uma nova perspectiva sobre infraestruturas urbanas, considerando-as não apenas como elementos físicos, mas como catalisadores de transformações sociais e ambientais. Para Matheus Seco, os recentes desastres socioambientais no país evidenciam a necessidade de refletir sobre a inteligência coletiva – tanto contemporânea quanto ancestral – no desenvolvimento de estratégias que equilibrem os patrimônios natural e construído.

A participação brasileira propõe, assim, uma visão de futuro onde a arquitetura contemporânea atua como veículo de transformação coletiva e instrumento para enfrentar desafios climáticos e urbanos globais. O projeto representa um esforço de integração entre práticas arquitetônicas, preservação ambiental e desenvolvimento social, refletindo a complexidade e diversidade do contexto brasileiro no cenário internacional.

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