Redação Culturize-se
A tradição de imortalizar atores shakespearianos por meio de retratos evoluiu na era digital. Enquanto pintores como William Hogarth e John Singer Sargent capturavam a essência de grandes performers como David Garrick e Ellen Terry, a abordagem atual mescla arte com tecnologia. A exposição The Shakespeare Portraits (Act I), na Red Eight Gallery, em Londres, reimagina essa prática, combinando inspiração clássica com um toque futurista.
Em cartaz até 10 de janeiro de 2025, a exposição apresenta 10 renomados atores de teatro — muitos também celebrados na televisão e no cinema — em retratos digitais que parecem assustadoramente vivos. Produzidos pelo estúdio tecnológico Stage Block, esses retratos mostram mudanças sutis de expressão e emoção, lembrando as imagens animadas dos filmes de Harry Potter. Cada ator posou por 80 minutos em um estúdio de última geração, com grande parte do trabalho artístico sendo realizada na pós-produção.
Adicionando um toque especial, os retratos respondem ao apertar de um botão, declamando monólogos de Shakespeare. Ian McKellen recita “O mundo é um palco” de As You Like It, Derek Jacobi oferece o icônico “Ser ou não ser” de Hamlet, e Harriet Walter interpreta o discurso de Próspero “Ó espíritos das colinas” de A Tempestade. Até David Suchet participa com o melancólico “Amanhã, e amanhã, e amanhã” de Macbeth.
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Essas peças únicas, registradas em blockchain, conectam as artes cênicas à retratística contemporânea. A Stage Block, em colaboração com Ron Daniels, da Royal Shakespeare Company, planeja expandir o conceito com uma segunda edição de The Shakespeare Portraits em 2025. Os fundadores Sattari-Hicks e Francesco Pierangeli vislumbram usar este modelo inovador para celebrar outras disciplinas artísticas, marcando um novo capítulo em como preservamos e experimentamos ícones culturais.