Redação Culturize-se
Com 40 anos de estrada, o Raça Negra é um dos grupos mais emblemáticos do pagode brasileiro, consolidando-se como uma referência musical e cultural desde sua fundação, em 1983, na cidade de São Caetano do Sul, São Paulo. Liderado pelo vocalista Luiz Carlos, o grupo atravessou décadas mantendo sua relevância e conquistando públicos de diferentes gerações.
O Raça Negra é conhecido por uma extensa lista de sucessos que marcaram o pagode romântico, gênero que dominou as paradas musicais brasileiras nos anos 1990. Músicas como “Cheia de Manias”, “É Tarde Demais”, “Me Leva Junto com Você” e “Doce Paixão” tornaram-se hinos de uma época. A combinação de melodias cativantes, letras que falam de amor e dor, e arranjos que misturam instrumentos tradicionais do samba com teclados e cordas populares foi a fórmula que conquistou milhões de fãs.
A discografia do grupo é vasta, com mais de 20 álbuns lançados, incluindo os icônicos Raça Negra Vol. 1 (1983), Raça Negra Vol. 5 (1993) e o DVD Raça Negra & Amigos (2012), que trouxe colaborações com artistas como Alexandre Pires e Michel Teló. O álbum Ao Vivo (2001), que revisita clássicos da carreira, é outro marco na história do grupo.
Polêmicas e resiliência
Apesar do sucesso, o Raça Negra também enfrentou desafios. Em 2002, o grupo sofreu um grave acidente de ônibus enquanto viajava para um show, resultando em ferimentos graves em integrantes e equipe. O episódio reforçou a imagem de resiliência do grupo, que superou o trauma e continuou se apresentando.
O gênero pagode, que atingiu seu auge nos anos 1990, entrou em declínio nos anos 2000, com o surgimento de outros estilos musicais, como o breganejo. Nesse período, o Raça Negra enfrentou uma queda na popularidade, mas nunca deixou de produzir e realizar shows. Luiz Carlos, em entrevistas, creditou a longevidade do grupo à capacidade de se conectar com o público e adaptar-se às mudanças do mercado musical.
Redescoberta
A partir de 2010, o Raça Negra experimentou uma redescoberta impulsionada por novas gerações de ouvintes. O revival do pagode dos anos 1990, promovido por festas temáticas e playlists nostálgicas nas plataformas de streaming, trouxe o grupo de volta aos holofotes. Canções como “É Tarde Demais” viralizaram nas redes sociais, alcançando milhões de reproduções no Spotify e no YouTube.
Colaborações com artistas da nova geração, como Ferrugem e Dilsinho, também ajudaram a modernizar a imagem do grupo. Em shows, é comum ver jovens cantando hits que precedem seu nascimento, o que reforça a atemporalidade da obra do Raça Negra.
Depois de todo esse tempo, o Raça Negra continua a emocionar plateias e a manter viva a essência do pagode romântico. Com agenda de shows lotada e novos projetos em andamento, o grupo prova que sua história está longe de acabar. No próximo dia 3, o Raça Negra será a principal atração no palco do Prêmio Multishow, que será exibido na TV Globo, encerrando as festividades pelos 40 anos de carreira.