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“Ainda Estou Aqui” ganha adesão em círculos importantes em Hollywood na corrida pelo Oscar

Redação Culturize-se

Fernanda Torres, um dos pilares das artes brasileiras, vive um renascimento em sua carreira com sua aclamada atuação em “Ainda Estou Aqui“, dirigido por Walter Salles. O filme, um retrato comovente de Eunice Paiva, dona de casa que se tornou ativista durante a ditadura militar no Brasil, conquistou públicos e críticos ao redor do mundo. Sua estreia no Festival de Veneza recebeu elogios entusiasmados, e sua trajetória por Toronto e Nova York consolidou seu status como um forte concorrente na próxima temporada de premiações, com Torres posicionada para entrar na disputa de melhor atriz ao lado de ícones como Nicole Kidman e Angelina Jolie.

Foto: Reprodução/Instagram

Refletindo sobre esse recente turbilhão, Torres disse à Vanity Fair: “Para ser uma artista moderna hoje em dia, você precisa estar viva em muitos lugares… É preciso se reinventar o tempo todo.” Para a atriz de 59 anos, a reinvenção tem sido uma constante. Desde sua performance premiada em Cannes aos 20 anos em “Eu Sei Que Vou Te Amar” até seu papel cômico amado em “Tapas & Beijos“, Torres provou sua versatilidade. Ainda assim, ela credita a Salles por “resgatá-la” de ser rotulada apenas como comediante. “As pessoas achavam que eu era comediante porque eu era muito popular,” explicou, reconhecendo o impacto viral de seus memes no Brasil. “Tenho muito orgulho deles. Acho que memes são uma forma superior de arte.”

A matéria da Vanity Fair, publicada nesta terça (26) consolida o apogeu do filme de Walter Salles nos EUA. O longa está virando um queridinho dos círculos mais importantes de Hollywood e se cacifa, ainda mais, ao Oscar para além da categoria de Filme Internacional.

A preparação de Torres para “Ainda Estou Aqui” envolveu uma imersão na força contida de Eunice, abraçando um estilo emocional mais contido. “Ela nunca chora ou grita… Foi um tipo de emoção que eu nunca experimentei”. Essa abordagem, combinada com a direção de estilo documental de Salles, resultou em uma interpretação profundamente íntima e realista. O filme, baseado no livro de memórias de Marcelo Rubens Paiva, apresenta um relato visceral de família e resistência diante do terror político.

Leia também: Fernanda Torres lança “Eu Ainda Estou Aqui” em Londres e comemora: “É incrível o que está acontecendo”

O longa já causou impacto no Brasil, arrecadando US$ 6,6 milhões em menos de um mês, e provocou discussões globais. “Virou uma paixão nacional,” disse Torres, destacando a ressonância do filme com questões contemporâneas de resiliência. Sean Penn, após assistir ao filme, descreveu Eunice Paiva como “uma mulher incrível que ninguém conhecia,” ressaltando a relevância universal de sua história.

“Ainda Estou Aqui” está programado para estrear nos Estados Unidos em janeiro, com a esperança de se tornar o primeiro filme brasileiro indicado ao Oscar de Melhor Filme Internacional em 26 anos. Torres também pode seguir os passos de sua mãe, Fernanda Montenegro, como a segunda atriz brasileira indicada ao prêmio da Academia. Ao falar sobre esse possível legado, Torres refletiu sobre o rótulo de “nepo baby” frequentemente associado a atores com laços familiares na indústria. “Isso é tão tradicional… É como médicos. Mas não, hoje em dia decidiram que somos ‘nepo babies.’ Que mundo bobo,” brincou.

Prestes a retornar ao Brasil, Torres permanece conectada ao significado desse momento. “Não acho que isso vá acontecer novamente na minha vida,” disse. Para Torres, essa jornada é uma celebração da narrativa brasileira e um testemunho de sua arte duradoura. “Vamos aproveitar.”

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