Redação Culturize-se
O Instituto Çarê, em parceria com o Instituto de Estudos Brasileiros (IEB), apresenta a exposição “Cartografias de uma viela: tecido de pele e tinta” até 23 de novembro. Localizada na Vila Leopoldina, em São Paulo, a mostra é curada por Sônia Salzstein e Claudinei Roberto da Silva.
A exposição reúne obras de seis artistas que resgatam memórias de seus territórios, inspirando-se em pesquisas realizadas no acervo do IEB-USP.
Sônia Salzstein destaca a importância da mostra em revelar experiências de lugares físicos e existenciais, geralmente invisibilizados pela “cidade oficial”. Claudinei Roberto da Silva enfatiza a diversidade técnica e a especificidade da gramática apresentada, descrevendo-a como “preta, proletária, periférica, antirracista, feminista e insurgente”.
Os artistas apresentam trajetórias diversas e significativas:
Adriele Oliveira, arqueóloga e ativista afrofeminista, utiliza bordado e escrita em seu artivismo.
Danilo Juliano, morador da favela do Nove, explora várias linguagens artísticas desde a infância.
Deusvaldo Pereira, fotógrafo piauiense radicado em São Paulo, documenta a vida na favela do Nove.
Difavela, iniciado no grafite, expandiu sua arte para a xilogravura, participando de exposições nacionais e internacionais.
Luiz Lira, formado em Artes Visuais pela Unicamp, pesquisa a relação entre corpo e espaço.
Ramon Santos, filho de nordestinos, desenvolveu-se artisticamente através de diversas técnicas aprendidas no Instituto Acaia.
A exposição “Cartografias de uma viela” oferece uma perspectiva única sobre a arte urbana e periférica, destacando vozes e narrativas frequentemente marginalizadas no cenário artístico convencional. A mostra é gratuita e aberta ao público de terça à sábado, das 13h às 18h.