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Premiada em Londres, Nicole Scherzinger chega à Broadway com versão minimalista de “Sunset Boulevard”

Redação Culturize-se

Foto: Divulgação

Nicole Scherzinger vai reprisar seu papel como Norma Desmond em uma produção reinventada de “Sunset Boulevard”, de Andrew Lloyd Webber, na Broadway. A temporada começa no dia 28.

Interpretar Norma, uma estrela do cinema mudo agarrada às glórias do passado, tem sido um papel marcante para Scherzinger, que é mais conhecida por ser a vocalista das Pussycat Dolls. A produção, que estreou no ano passado no West End de Londres, foi um grande sucesso, ganhando sete prêmios Olivier. A poderosa atuação de Scherzinger recebeu críticas entusiasmadas, com o público oferecendo raras ovações em pé no meio do espetáculo.

“Tenho 46 anos, e sonhei com a Broadway minha vida inteira”, diz Scherzinger em entrevista recente à Vogue. “Vou subir ao palco todas as noites e dar tudo de mim.”

O musical de Lloyd Webber é baseado no filme de Billy Wilder de 1950, sobre uma estrela do cinema mudo decadente que se esconde em uma mansão em ruínas, mas se apega ao sonho de um retorno. Foi o veículo para performances memoráveis de Patti LuPone e Glenn Close. Mas a interpretação de Scherzinger, que ela estreou no Savoy Theatre de Londres no ano passado, ofereceu algo cru e revelador. Uma produção em preto e branco minimalista do diretor britânico Jamie Lloyd, cheia de fumaça e sombras, incorporando câmeras e telas para contar a história do caso de amor condenado de Norma com um jovem roteirista, o espetáculo destaca a sensação de que estrelas surgem e desaparecem, perdendo seu lugar no panteão.

É uma trajetória que Scherzinger, que encontrou fama pela primeira vez liderando o grupo feminino Pussycat Dolls nos anos 2000, compreende bem. “Eu sei como é ser descartada”, diz ela. “Eu sei como é ser rejeitada. Conectei-me com Norma nesse sentido. O que a manteve viva foi sua imaginação, sua criatividade, seu sonho. Era ali, em frente à câmera, que ela se sentia inteira.” Ela continua: “Conectei-me com o sentimento de solidão dela. A indústria é difícil nesse aspecto. Sempre lutei com a solidão. Definitivamente, lutei com o abandono. Nesta versão, Norma finalmente tem a chance de contar sua história, e é uma história honesta — uma história humana de luta. Quem não quer ser amado?”

Apesar de sua paixão pelo papel, Scherzinger hesitou inicialmente quando foi abordada pelo diretor Jamie Lloyd. Ela não tinha certeza se era a escolha certa para uma personagem como Norma, mas a visão de Lloyd a conquistou. Em vez de retratar Norma como uma decadente obcecada com a juventude, a produção foca no etarismo da indústria, algo que ressoou com Scherzinger. “A tragédia é que estou no meu auge, e a indústria não vê isso. Eles só veem sua idade”, diz ela.

Lloyd Webber, que conhece Scherzinger há anos, não tinha dúvidas. “Eu realmente acho que ela é excepcional”, ele disse ao The New York Times. “Há apenas um punhado de atores que realmente conseguem atuar através da música e das palavras. Muitos cantores cantam maravilhosamente, mas não necessariamente entendem a linguagem. Eu colocaria Nicole no mais alto nível.”

A abordagem minimalista de Lloyd para a produção, focando nas performances em vez de cenários extravagantes, oferece uma nova perspectiva ao espetáculo, tornando-o uma poderosa exploração da jornada de Norma.

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