Reinaldo Glioche
A segunda edição do Emmy realizada em 2024 – tivemos a de 2023 em janeiro por conta da greve dos roteiristas e dos atores que tomou conta de grande parte do ano passado – transcorreu dentro das expectativas, com as vitórias de “Xógum, em série dramática, “Bebê Rena”, em série limitada, e “Hacks”, em série cômica.
Não dá para qualificar o triunfo da produção da MAX sobre “O Urso” como surpreendente porque a série estrelada por Jean Smart, que ganhou pela terceira vez como atriz de comédia pela série pelo terceiro ano da produção, é uma darling da Academia de TV. Mesmo assim, como as apostas recaiam sobre a dramédia do FX, que amealhou um total de 11 prêmios, foi o que mais perto de surpresa tivemos.
Mais refratário às novidades do que o Globo de Ouro, mas em busca de um novo drama para amar depois do fim de “Succession”, o Emmy não viu outra alternativa a se render ao superlativo “Xógum“, que bateu o recorde de vitórias em um mesmo ano para um drama com 18 estatuetas. Foi também a primeira vez que um drama falado em uma língua estrangeira ganhou como melhor série dramática em 76 anos. “Round 6” chegou perto há dois anos. Essa tendência à globalização, já experimentada no Oscar, é o que de mais oxigenado surge no Emmy em meio a tanta obviedades.
Outro ponto a se destacar é a expressiva vitória da Disney, que produz “O Urso” e “Xógum”, que não tomou conhecimento de seus rivais HBO, Netflix, Apple e Amazon. A MAX ainda conseguiu resguardar algumas vitórias significativas. Além das já citadas de “Hacks”, Jodie Foster prevaleceu como atriz em série limitada pela última temporada de “True Detective”. Todos os outros prêmios do segmento foram para a Netflix pelas séries “Ripley” e “Bebê Rena”.