Redação Culturize-se
A arquitetura na saúde está em transformação, impulsionada por avanços tecnológicos, inteligência artificial e uma abordagem mais humanizada. O conceito de espaços hospitalares evoluiu de ambientes assépticos para locais que integram conforto, bem-estar e sustentabilidade, beneficiando pacientes, familiares e profissionais da saúde. O modelo “hospitel” exemplifica essa mudança, trazendo elementos da hotelaria para os hospitais, como o uso de luz natural, vistas externas e materiais mais confortáveis, promovendo uma recuperação mais rápida e melhor qualidade de vida.
Essas inovações também chegam à saúde pública. O projeto de 1.800 Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Novo PAC inclui estruturas amplas, sustentáveis e humanizadas, com tecnologias como energia fotovoltaica e teleconsultas. A arquitetura sustentável se torna central, com foco em ventilação e iluminação naturais, reutilização de água e uso de energia solar. As UBSs são pensadas para promover conforto, acessibilidade e integração com a saúde digital.
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As tendências arquitetônicas são impulsionadas pelo aumento populacional, envelhecimento da população e urbanização acelerada, exigindo soluções que combinem alta tecnologia e ações preventivas para garantir um sistema de saúde mais acessível e sustentável. A telemedicina e as redes de atendimento estão em expansão, buscando reduzir custos e aumentar o alcance dos serviços de saúde, com políticas públicas que abordem saúde ambiental, mental e emocional.
Desafios também são destacados na arquitetura hospitalar, como a necessidade de incorporar normas sanitárias, demandas tecnológicas e características regionais. Ferramentas como o Projeto Baseado em Evidências (EBD) e a Avaliação Pós-Ocupação (POE) são usadas para melhorar a segurança e eficácia dos projetos. A reutilização de edificações existentes é uma tendência sustentável, aproveitando estruturas corporativas para novas finalidades e reduzindo a necessidade de novas construções.
O plano diretor urbanístico hospitalar é outra ferramenta estratégica que integra o desenvolvimento hospitalar com o planejamento urbano. Embora tenha sido pouco utilizado no Brasil, essa prática ganha força com a crescente demanda por serviços de saúde e a necessidade de melhorar a integração entre os hospitais e a cidade.
A inteligência artificial (IA) e a internet das coisas (IoT) desempenham um papel crucial na modernização da arquitetura hospitalar. A IA facilita diagnósticos precisos e otimiza o processamento de dados clínicos, enquanto a IoT conecta dispositivos e sensores, melhorando a experiência dos pacientes e a eficiência dos serviços. Esses avanços tecnológicos são essenciais para a criação de ambientes de saúde que atendam às necessidades de um sistema cada vez mais digital e personalizado.