Redação Culturize-se
FX, que significa Fox Extended, foi estabelecido pela Fox em 1994 e evoluiu significativamente desde seus primeiros dias como um canal básico a cabo conhecido por reprises de NASCAR e Fear Factor. A transformação da rede começou em 2002 com o lançamento de seu primeiro drama original, “The Shield“, que rendeu a Michael Chiklis um Emmy e marcou o início da ascensão da FX na indústria televisiva. Em 2004, mesmo ano em que o canal chegou à TV paga brasileira, John Landgraf, um ex-executivo da NBC, juntou-se à FX como chefe de programação original e liderou a criação de programas aclamados pela crítica, como “Damages”, “Justified“, “Louie”, “The Americans” e “Atlanta’. Em 2011, a FX havia se tornado uma rede de destaque para programação original premium, alcançando 99 milhões de lares nos EUA em seu auge.
Em 2019, a FX foi absorvida pela Disney como parte da aquisição da Fox, juntando-se a outras grandes marcas como ABC, Marvel e Lucasfilm para reforçar os serviços de streaming da Disney, Hulu e Disney+. Houve preocupações iniciais de que o conteúdo único da FX pudesse se perder dentro do vasto portfólio da Disney, especialmente com a estratégia confusa de estrear alguns programas da FX no canal linear e outros diretamente no Hulu, com a marca “FX on Hulu”. Apesar dessas preocupações e uma queda nas nomeações ao Emmy após a aquisição, o desempenho da FX no 76º Emmy em 2024 superou as expectativas com 93 nomeações, logo atrás das 107 da Netflix e à frente das 91 da HBO.
A impressionante contagem da rede foi liderada por “Shogun”, que recebeu 25 nomeações, e “The Bear“, que estabeleceu um recorde para uma série de comédia com 23 nomeações. Outros programas da FX, como “Reservation Dogs”, “What We Do in the Shadows”, “Fargo”, “Feud“, ‘American Horror Story”, “Welcome to Wrexham” e “Archer’, também contribuíram para o sucesso da rede. Landgraf expressou seu espanto com a amplitude do reconhecimento que a FX recebeu, atribuindo o sucesso à excelência criativa de seus programas e ao apoio da Disney.
Landgraf argumentou que, sem a aquisição pela Disney e a parceria com o Hulu, a FX talvez não tivesse alcançado tanto sucesso. Ele apontou que a plataforma de streaming permitiu orçamentos de produção e marketing mais altos, necessários para projetos ambiciosos como “Shogun“. Ele também observou que “The Bear” foi exibido principalmente no Hulu, onde a maioria dos votantes provavelmente o assistiu, ressaltando a importância do serviço de streaming na estratégia da FX.
O sucesso no Emmy deste ano posiciona a FX como um jogador vital na história da televisão, finalmente recebendo o reconhecimento que há muito merecia. A FX tem desafiado limites e elevado o meio desde antes dos sucessos da AMC, como “Mad Men”, “Breaking Bad” e “The Walking Dead”, que trouxeram destaque ao cabo básico. Os primeiros programas da FX, como “The Shield”, “Nip/Tuck” e “Rescue Me”, prepararam o terreno para essa transformação.
Ao longo dos anos, a FX entregou uma gama diversificada de programação de alta qualidade. Na comédia, produziu programas notáveis como “Baskets”, “It’s Always Sunny in Philadelphia“, “Wilfred“, “You’re the Worst”, “Better Things” e “Archer”. No drama, criou séries impactantes como “Damages”, “Justified”, “Sons of Anarchy”, “Fargo” e “The Americans”. Apesar disso, a FX muitas vezes foi ofuscada pela HBO e Netflix em reconhecimento de prêmios.
A qualidade consistente da FX foi defendida por Landgraf, que cunhou o termo “Peak TV” e é carinhosamente conhecido como “o prefeito da televisão”. No entanto, os sucessos em premiações da rede foram limitados, com programas como “The Americans” e “It’s Always Sunny in Philadelphia” recebendo menos reconhecimento do que mereciam.
As nomeações ao Emmy deste ano marcam um ponto de virada para a FX, que deve triunfar nas duas principais categorias (série dramática e série cômica), destacando seu impacto duradouro e excelência na indústria televisiva. À medida que a marca da HBO se diluiu e os serviços de streaming ajustam seus modelos de negócios, a parceria estratégica da FX com o Hulu permite que ela mantenha sua identidade enquanto expande seu público.