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“House of the Dragon” abraça transição e se descola de “Game of Thrones”

Segunda temporada de “House of the Dragon” é mais lenta do que a primeira, embora exiba mais dragões e reclama propriedades para si que independem do legado da série original

Por Reinaldo Glioche

Cena do 8º episódio da 2ª temporada de "House of the Dragon"
Cena do 8º episódio da 2ª temporada de “House of the Dragon” | Fotos: Divulgação

Em um ano em que as séries blockbusters, como “The Bear” e “The Boys”, apresentam-se de maneira decepcionante, “House of the Dragon” reclama sua grandeza enquanto ensaia posicionar-se além da sombra de “Game of Thrones”

Ao longo dos oito episódios que compõem o novo ciclo, a movimentação das peças de xadrez se avoluma com Rhaenyra (Emma D`Arcy) buscando ampliar sua força, enquanto é questionada pelo próprio conselho e vê Daemon (Matt Smith) sucumbir a uma jornada dantesca povoada por alucinações e premonições (?). Sob muitos aspectos o conselho preto viu surgir a ala dos bastardos como figuras insuspeitas ocupando funções estratégicas, caso de Mysaria (Sonoya Mizuno), que rapidamente ascendeu ao posto de principal conselheira de Rhaenyra.

Do lado verde, as tensões entre os irmãos Aemond (Ewan Mitchell) e Aegon (Tom Glynn- Carney) toma contornos catastróficos especialmente para os Hightower e deixa os ocupantes do Poder em King´s Landing em uma situação de desconforto e vulnerabilidade tremenda.

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A trama, é verdade, evoluiu pouco em matéria de ir ao encontro do desfecho do pico histórico retratado pelos eventos da série, o que não implica dizer que a narrativa não se desenvolveu. Novos elementos foram agregados e reminiscências existenciais, de Freud a Shakespeare, foram habilmente inseridos em personagens que se debatem entre si e com os outros.

Cena de House of the Dragon

Embora seja um pathos familiar para os fãs de “Game of Thrones”, “House of the Dragon” começa a introduzir elementos que o afastam da série original. A começar pelo fato de que o pleito de Rhaenyra é desde muito cedo percebido como legítimo, enquanto em “Game of Thrones”, a legitimidade ficava ao gosto do freguês. Trata-se de uma dinâmica que faz os motores da série andarem em uma rotação distinta e a cena entre Rhaenyra e Alicent (Olivia Cooke), para todos os efeitos a grande personagem dessa 2ª temporada, atesta isso.

As maquinações políticas e intrigas palacianas continuam sendo o grande charme de “House of the Dragon”, que neste segundo ano adicionou cenas memoráveis com dragões e mostrou que pode almejar um legado próprio na galeria de grandes séries de TV.

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