Redação Culturize-se
Um relatório recente da gestora de fortunas Julius Baer revelou que São Paulo entrou para o seleto grupo das top 10 cidades mais caras do mundo para os ricos viverem uma vida de luxo. Pela primeira vez, a capital paulista alcançou o nono lugar no Índice de Estilo de Vida da Julius Baer, que analisa diversas métricas de custo para indivíduos de alto patrimônio líquido.
O estudo, realizado entre fevereiro e março de 2023, considerou propriedades residenciais, carros de luxo, voos em classe executiva, jantares gourmet e outros luxos como elementos fundamentais na classificação das cidades. São Paulo se destacou por ser a cidade mais cara em sete dos 21 itens avaliados, incluindo bicicletas, joias, ternos masculinos e uísque.
Cingapura liderou o ranking como a cidade mais cara do mundo para uma vida de luxo, seguida por Xangai e Hong Kong. A ascensão de Cingapura reflete sua atratividade crescente como centro global para indivíduos de alto patrimônio líquido, impulsionada pelo aumento significativo de family offices na região.
Além disso, o relatório destacou que Nova York subiu para o quinto lugar devido ao fortalecimento do dólar e à recuperação econômica pós-pandemia, enquanto Londres caiu para o quarto lugar, enfrentando desafios após o Brexit e a competição crescente de outros centros financeiros internacionais.
Dubai, por sua vez, entrou pela primeira vez no top 10, ocupando a sétima posição, refletindo a crescente demanda por imóveis e serviços de luxo nos Emirados Árabes Unidos. Zurique, que ocupava uma posição alta anteriormente, caiu para o 14º lugar devido às mudanças no mercado imobiliário e à realocação de indivíduos ricos para outros destinos.
O relatório também destacou um aumento nos preços de itens de luxo, como vinhos e uísques, à medida que as restrições de viagem foram levantadas e a demanda por entretenimento de alto padrão cresceu. A análise reflete não apenas os padrões de consumo entre os ricos, mas também as mudanças econômicas globais que impactam diretamente o custo de vida nas principais cidades do mundo.
Para São Paulo, essa posição no ranking global reforça não apenas sua atratividade como centro econômico e cultural, mas gargalos socioeconômicos. A capital paulista possui um dos metros quadrados mais caros do país, especialmente em bairros valorizados, mas a oferta de imóveis de alto padrão em São Paulo não acompanha a demanda, o que contribui para o aumento dos preços. Fatores como terrenos limitados e restrições à construção também influenciam nesse cenário.
É importante considerar que a metodologia utilizada no ranking do Julius Baer pode ter influenciado a posição de São Paulo. Fatores como a seleção de produtos e serviços analisados, a ponderação de diferentes categorias de gastos e a conversão de moedas podem ter impactado o resultado final.
De acordo com a Hurun, São Paulo possui 37 bilionários, o que a coloca na 18ª posição no ranking mundial de cidades com maior número de bilionários. Já o Credit Suisse estima que existam 510 mil milionários no Brasil, dos quais uma parcela significativa reside em São Paulo, como principal centro financeiro do país.
Qualidade de vida em foco
O custo de vida elevado, inclusive para os ricos, não significa melhor qualidade de vista. É o que atesta o levantamentofeito pela Economist Intelligence Unit (EIU), uma organização filiada à revista The Economist, que colocou o Rio de Janeiro à frente de São Paulo na lista das melhores cidades para se viver na América Latina. Buenos Aires lidera o ranking.
A pesquisa do EIU avaliou 173 cidades levando em consideração cinco categorias: estabilidade, cuidados com a saúde, cultura e ambiente, educação e infraestrutura.