Redação Culturize-se
Em um acordo histórico que promete redefinir o cenário do entretenimento, Shari Redstone concordou em vender o controle da Paramount Global para um consórcio liderado pela Skydance Media, comandada por David Ellison, e pela RedBird Capital de Gerry Cardinale. Este movimento é o culminar de meses de intensas negociações e planejamento estratégico. A transação, se aprovada pelos reguladores e assumindo que não surjam ofertas melhores, resultará na Skydance adquirindo a participação majoritária de Redstone na National Amusements, garantindo assim o controle da Paramount. Este gigante do entretenimento inclui os estúdios de cinema e TV Paramount, Paramount+, CBS e canais a cabo como Nickelodeon, MTV e Comedy Central.
Ellison, o futuro presidente da Paramount Jeff Shell, e outros principais interessados detalharam sua visão para a “Nova Paramount” durante uma chamada com investidores. Este plano envolve um investimento substancial de US$ 8 bilhões, destinado a transformar a Paramount em uma empresa de mídia e tecnologia de classe mundial. Este investimento permitirá à Paramount dobrar sua competência central de contar histórias em vários meios, ao mesmo tempo em que adota avanços tecnológicos. Ellison enfatizou a necessidade de executar criativamente no mais alto nível e utilizar a tecnologia de forma eficaz para atender os consumidores de entretenimento onde eles estão.
O anúncio formal indicou que o acordo provavelmente será concluído no terceiro trimestre de 2025. Como a CBS e as estações locais fazem parte do pacote, espera-se um escrutínio regulatório. Em vez de encerrar o Paramount+, Ellison e sua equipe planejam aprimorar sua tecnologia e operá-lo de maneira semelhante à sua forma atual. O streaming é visto como uma parte incrivelmente importante do negócio e uma fonte chave de receita futura. Ellison destacou a importância de alcançar a rentabilidade no streaming de forma eficiente enquanto continua a expandir a empresa.
A aquisição da Skydance verá sua equipe de liderança instalada na Paramount, com Ellison como CEO e Jeff Shell como presidente, que supervisionará as operações diárias. A estrutura do acordo permite que a Skydance possua 70% das ações em circulação da Paramount. Esta aquisição também inclui uma cláusula “go-shop”, permitindo que a Paramount solicite e avalie propostas alternativas de aquisição por 45 dias.

Mais detalhes
Os analistas de Wall Street têm reações mistas ao acordo. O analista da CFRA Research, Kenneth Leon, rebaixou sua classificação sobre as ações da Paramount de “compra” para “manter”, citando a complexidade da transação e os desafios potenciais que a nova empresa enfrentará na indústria disruptiva de filmes e entretenimento. Apesar de reconhecer grandes oportunidades para a produção e distribuição de conteúdo, Leon expressou preocupações sobre os desafios de competir no mercado atual.
Paolo Pescatore, analista da PP Foresight, descreveu a transação como o fim de uma era com mais obstáculos pela frente. Ele destacou a importância da escala na economia atual e o tempo significativo que levará para que o acordo gere benefícios tangíveis. Pescatore também mencionou o possível escrutínio regulatório que quaisquer movimentos com potenciais rivais, como a Warner Bros. Discovery, possam atrair, indicando que concessões como a venda de ativos podem ser necessárias.
Apesar desses desafios, a Paramount e a Skydance estão otimistas sobre o futuro. Redstone expressou confiança de que a Skydance, como parceira de produção de longa data, tem uma visão estratégica clara e os recursos para levar a Paramount ao seu próximo estágio de crescimento. Ellison ecoou esse sentimento, destacando o potencial transformador deste acordo para a indústria e o compromisso de energizar a Paramount com tecnologia contemporânea, nova liderança e disciplina criativa.
A apresentação aos investidores revelou planos para US$2 bilhões em sinergias de custos operacionais e uma meta de equilíbrio para o streaming dentro de 18 meses, desde que um parceiro surja. Este acordo representa o maior investimento da RedBird até hoje, com uma injeção de US$1,8 bilhão em dinheiro. A nova liderança visa transformar a Paramount em uma empresa híbrida de tecnologia, aproveitando acordos internacionais de streaming para aprimorar o Paramount+.
A transação, descrita como extremamente complexa devido ao status de empresa pública da Paramount e à participação controladora da família Redstone, envolve a Skydance adquirindo 100% da National Amusements por um valor patrimonial de US$1,75 bilhão ou um valor empresarial de US$2,4 bilhões. Isso será seguido por um investimento de US$1,5 bilhão na Paramount para ajudar a pagar dívidas e recapitalizar. A Paramount então adquirirá a Skydance em um negócio totalmente em ações, avaliando a empresa de Ellison em US$4,75 bilhões.
O acordo oferece aos acionistas Classe A e Classe B a opção de sacar suas ações por US$23 e US$15, respectivamente, com a Skydance esperando possuir 70% das ações em circulação após a transação. Esta estrutura permite que a Skydance, uma empresa relativamente pequena, compre o controle de uma muito maior, enfatizando a importância estratégica desta aquisição para ambas as entidades.
As eficiências de custo esperadas devem gerar mais de $2 bilhões em economias, com mais de 50% dessas economias sendo realizadas no primeiro ano. Essas eficiências, combinadas com custos de reestruturação e integração de US$1,6 bilhão, visam simplificar as operações sem prejudicar o crescimento da receita. A receita pro forma é esperada para aumentar de um estimado de US$32,6 bilhões em 2025 para US$33,5 bilhões em 2027, com o lucro operacional ajustado antes de depreciação e amortização (OIBDA) crescendo significativamente.
No geral, a fusão Skydance-Paramount representa um passo ousado para redefinir o futuro do entretenimento, misturando forças tradicionais de mídia com tecnologia de ponta e visão estratégica. Os próximos anos serão cruciais para determinar como essa nova entidade navegará no cenário competitivo e alavancará suas capacidades aprimoradas para entregar valor aos acionistas e consumidores.