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Marco Nanini emula Kafka e Shakespeare na peça “Traidor”

Redação Culturize-se

Marco Nanini em cena de O Traidor

Quase duas décadas após o sucesso de “Um Circo de Rins e Fígados”, Marco Nanini e Gerald Thomas se reúnem novamente para trazer aos palcos o espetáculo “Traidor”. A peça estreou em São Paulo com lotação máxima, repetindo o feito em Belo Horizonte e no 32º Festival de Curitiba, onde os ingressos esgotaram um mês antes das apresentações. Em abril, “Traidor” teve uma temporada de sucesso no Teatro Prio, no Rio de Janeiro. Agora, o espetáculo retorna para uma curta temporada no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo, entre 5 e 21 de julho.

Produzido por Fernando Libonati, “Traidor” foi desenvolvido ao longo do último ano através de uma intensa troca de mensagens entre Nanini, Thomas e Libonati. A peça reflete as profundas transformações do mundo atual, incluindo o impacto da pandemia, a revolução digital e as crises democráticas globais, influências que permeiam o estilo único de Gerald Thomas.

“Traidor” retoma elementos de “Um Circo de Rins e Fígados” e traz Nanini no papel de um homem isolado em uma ilha, acusado injustamente, dialogando com sua consciência, fantasmas e reflexões sobre o passado, presente e futuro. Segundo o diretor, a peça é um híbrido entre “O Processo” de Kafka e “A Tempestade” de Shakespeare, mesclando tragédia e humor, otimismo e pessimismo.

O elenco inclui Cadu Libonati, Hugo Lobo, Ricardo Oliveira e Wallace Lau, que interagem com Nanini em uma concepção visual assinada por Gerald Thomas, com figurinos de Antonio Guedes, iluminação de Wagner Pinto e cenografia de Fernando Passett.

Após a pandemia e um período dedicado ao audiovisual, Nanini retorna ao teatro, reafirmando seu compromisso com a arte. Recentemente, ele lançou a biografia “O Avesso do Bordado” e estrelou produções como “Greta” e a série “Sob Pressão”.

Marco Nanini em cena de O Traidor
Fotos: Divulgação

Nanini é o ator mais intenso que conheço. Não tenho dúvidas do que estou dizendo. Digo isso como diretor, mas também como autor. Como eu dirijo em pé, a um metro de distância dele, ouço cada respiração. Chego no hotel e continuo ouvindo a sua voz. Volto a ler o texto, faço a revisão e a voz. A voz do Nanini. Lá está, a voz. Cada respiração dele. Que prazer é, mesmo que só de 18 em 18 anos, escrever pra ele e dirigi-lo, ter Marco Nanini pela frente é tudo”, celebra o diretor.

“Traidor” não apenas celebra o reencontro de dois ícones do teatro brasileiro, mas também reitera a vitalidade do teatro como espaço de reflexão e expressão cultural.

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