Redação Culturize-se
Em um ano eleitoral nos EUA, “The Boys” retorna com sua quarta temporada, continuando sua sátira de maneira oportuna. A série é conhecida por sua reflexão brutal sobre questões atuais e, nesta temporada, mais uma vez aborda temas de poder e corrupção, questionando se é possível aprender com erros passados.
A temporada passada acabou com Homelander (Antony Starr) assassinando publicamente um homem, e sendo aplaudido por seus apoiadores, marcando uma mudança significativa na relação entre humanos e super-heróis. Anteriormente, os super-heróis mantinham uma fachada de heroísmo, mas essa máscara está desaparecendo. O desprezo de Homelander pelos humanos, que ele vê como meros brinquedos, enfatiza a tensão do show: por quanto tempo ele vai tolerar essa realidade?
Apesar da onipotência de seu antagonista, “The Boys” prospera em falhas e inseguranças dos personagens, e não apenas em confrontos violentos. Esta temporada, embora fortemente política, se destaca no desenvolvimento de personagens. As motivações e lutas de cada personagem são exploradas profundamente, lembrando aos espectadores que o show é fundamentalmente sobre a humanidade e o desafio de mantê-la contra um poder avassalador.
Hughie (Jack Quaid), agora um operador experiente, enfrenta o risco de perder sua natureza compassiva. Kimiko (Karen Fukuhara) e Frenchie (Tomer Capone) enfrentam tensões em seu relacionamento, e até dentro da Vought, personagens como A-Train (Jessie T. Usher) e a executiva de relações públicas Ashley Barrett (Colby Minifie) lidam com seus papéis sob o regime de Homelander. O verdadeiro conflito não está apenas entre super-heróis e humanos, mas entre aqueles que ainda se importam com as pessoas, apesar de não terem qualquer incentivo para isso.
Embora a temporada seja menos sutil em sua sátira política e lute para estabelecer completamente seu mundo em oito episódios, ela espelha vividamente a natureza divisiva da política atual dos EUA – e do mundo. “The Boys” continua cativante, focando nas dinâmicas interpessoais em meio a um cenário de fim de mundo iminente.
À medida que a série se aproxima de sua conclusão, a quinta temporada será a última, destaca a natureza frágil do contrato social, sugerindo que o poder descontrolado eventualmente leva à destruição. Com sua crítica afiada e narrativa envolvente, “The Boys” continua a ressoar, nos instigando a refletir sobre nossa realidade.