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Japão e Europa tentam mitigar crise de natalidade

Redação Culturize-se

Tóquio anunciou um novo esforço para combater a baixa taxa de natalidade com o lançamento de um aplicativo de namoro projetado para incentivar casamentos. A prefeitura da capital japonesa revelou nesta semana que a plataforma estará disponível no verão do Hemisfério Norte. O objetivo é reverter a tendência de queda na natalidade que afeta não só a cidade, mas todo o Japão.

Para usar o aplicativo, os usuários passarão por um processo rigoroso de cadastro, que inclui a apresentação de um documento de identidade com foto, comprovante de renda, entrevista com operadores do aplicativo e a assinatura de um termo de compromisso declarando intenção de casar. Segundo as autoridades, essas medidas visam garantir a credibilidade da plataforma, diferenciando-a dos aplicativos de namoro privados como Tinder e Bumble, que frequentemente enfrentam problemas com perfis falsos.

close up of hands holding baby feet
Foto: Pexels

Em 2022, Tóquio registrou uma queda de 15,2% na taxa de natalidade em comparação com a década anterior. A prefeita Yuriko Koike destacou que a diminuição dos casamentos é um fator crucial para o declínio no número de nascimentos. A expectativa é que o aplicativo incentive os 67,4% dos moradores de Tóquio, que desejam casar, mas não procuram ativamente um parceiro, a dar o primeiro passo na busca por um relacionamento sério.

O governo de Tóquio destinou 200 milhões de ienes (cerca de R$ 6,8 milhões) do orçamento fiscal de 2023 e planeja usar mais 300 milhões de ienes (cerca de R$ 10,2 milhões) do orçamento de 2024 para desenvolver o aplicativo e outros projetos que promovam casamentos.

Europa

Paralelamente, a Europa enfrenta uma crise de natalidade sem precedentes, com quase todos os países registrando taxas de fertilidade abaixo da taxa de reposição populacional (2,1 filhos por mulher). Itália, Alemanha, Espanha e Portugal são alguns dos países mais afetados, com taxas de fertilidade variando de 1,23 a 1,39 filhos por mulher. Essa queda na natalidade traz consequências de longo alcance, impactando a economia, a força de trabalho e os sistemas de seguridade social.

Vários fatores contribuem para essa crise na Europa, incluindo o alto custo de vida, a precarização do trabalho, a falta de políticas públicas de igualdade de gênero e mudanças nos valores sociais, como o adiamento da maternidade e a priorização da carreira. Em resposta, governos europeus têm implementado medidas para incentivar o aumento da natalidade. Entre as principais iniciativas estão:

  • Aumento dos investimentos em creches e pré-escolas: Facilitando a conciliação entre vida profissional e familiar.
  • Licença parental ampliada: Oferecendo licenças-maternidade e paternidade mais longas e remuneradas.
  • Auxílio financeiro para famílias: Concedendo benefícios financeiros para famílias com filhos.
  • Flexibilização do mercado de trabalho: Implementando jornadas de trabalho flexíveis e políticas de home office.
  • Campanhas de conscientização: Promovendo a importância da natalidade e os desafios do envelhecimento da população.

Tanto Tóquio quanto os países europeus estão adotando abordagens inovadoras e multifacetadas para enfrentar a crise de natalidade, buscando equilibrar as demandas econômicas e sociais com a necessidade de um crescimento populacional sustentável.

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