Redação Culturize-se
Uma iniciativa singular está causando um grande alvoroço no mundo das artes. O artista performático austríaco, Flatz, de 71 anos, está leiloando pedaços de sua própria pele, contendo tatuagens feitas ao longo de décadas, na prestigiada casa de leilões da Christie’s. Este ato inusitado é parte de um esforço maior para garantir que suas obras de arte corporal continuem a existir como legado artístico após sua morte.
O leilão, que conta com o apoio das Coleções Estatais de Pintura da Baviera na Pinakothek der Moderne em Munique e da Fundação FLATZ, tem entre seus objetivos a arrecadação de fundos para o museu e para a mencionada fundação, que promove projetos artísticos e culturais.
A venda das 13 tatuagens que cobrem o corpo do artista está sendo conduzida sob o título sugestivo de “Arriscar a própria pele”, e é o prelúdio para a exposição retrospectiva de Flatz, intitulada “Algo Errado com Escultura Física”, na Pinakothek der Moderne.
As obras à venda representam uma parte significativa do último grande corpo de trabalho de Flatz, e até que as peças de pele sejam entregues postumamente aos compradores, fotografias em tamanho real das áreas marcadas estão sendo disponibilizadas como substitutos simbólicos.
Dirk Boll, presidente da Christie’s, é o responsável por conduzir o leilão, oferecendo aos interessados a oportunidade única de adquirir algo realmente único. Este é o primeiro caso conhecido em que um artista vende seu próprio corpo real como obra de arte ainda em vida, destacando-se como um marco na trajetória da arte contemporânea.
A iniciativa de Flatz tem gerado reações diversas dentro da comunidade artística e além dela. Enquanto alguns a veem como inovadora e provocativa, outros a criticam como mórbida e exploratória. Flatz, por sua vez, diz ser o corpo “a primeira forma de expressão e vestimenta da pessoa, que envelhece e morre com ela”, e ao leiloar sua pele, ele a define como “uma obra de arte que o sobreviverá”, desafiando assim as fronteiras entre arte, vida e morte.