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Fusões se proliferam na moda e redefinem setor

Redação Culturize-se

Num cenário marcado por dinamismo, a indústria da moda responde de forma significativa às transformações globais por meio da estratégia de fusão entre marcas. O anúncio recente da fusão entre Arezzo e Grupo Soma não apenas capturou a atenção do mercado brasileiro, mas inaugurou uma nova era no segmento de moda na América Latina. Este movimento, consolidando-se como o maior da região, reflete uma tendência global de união entre empresas em busca de fortalecimento, expansão e maior capacidade de competição.

A união entre Arezzo e Grupo Soma representa a primeira fusão de tal magnitude em mais de uma década no setor no mercado brasileiro. A nova entidade, com faturamento aproximado de R$ 12 bilhões anuais, já almeja projeção global, aspirando não apenas a liderança regional, mas uma posição destacada no cenário internacional.

Arezzo
Foto: Divulgação

O negócio, que começou a ser costurado em abril de 2021 e foi finalizado numa “sessão coruja” na última sexta-feira (2), unirá 34 marcas, 8 fábricas, 7 centros de distribuição e 2.057 lojas. Arezzo incorporará o Grupo Soma, com divisão de 54% e 46% das ações da nova companhia, respectivamente, sob a liderança conjunta de Alexandre Birman e Roberto Jatahy.

A sinergia esperada do negócio, especulada em R$ 4,5 bilhões, abrange novas receitas, eficiência operacional, gestão de franquias e maior poder de barganha. A conclusão da fusão, prevista para meados de 2025, está sujeita à aprovação de acionistas e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Em busca de alavancagem

Internacionalmente, a nova empresa mira uma expansão significativa, especialmente nos Estados Unidos, onde a marca Farm Rio já possui presença estabelecida. Além de buscar sinergias operacionais, a fusão visa explorar mercados além da América Latina.

Essa busca por alavancagem está alinhada às tendências na indústria da moda contemporânea. A união entre Gucci e Balenciaga em 2021, por exemplo, reuniu duas das marcas mais prestigiadas do mundo, resultando em uma gigante do luxo com alcance global e influência sem precedentes. Essa fusão permitiu a otimização de recursos, operações e a exploração de novas sinergias criativas.

Outro exemplo notável é a compra de parte da Valentino pela Kering, empresa que já detém marcas como Gucci, Saint Laurent e Bottega Veneta. Anunciada em 2023, a transação visa fortalecer o portfólio da Kering no segmento de alta costura e ampliar sua presença no mercado italiano. A Valentino, por sua vez, se beneficia da expertise da Kering em gestão, marketing e distribuição global.

Estas operações buscam vantagens como o aumento da escala, expansão global, fortalecimento da imagem e acesso a novos talentos. Entretanto, as fusões também apresentam desafios, como a necessidade de integrar diferentes culturas e estruturas organizacionais, o risco de perda de identidade de marca e a potencial insatisfação dos clientes.

A fusão de Arezzo e Grupo Soma representa um capítulo significativo no curso na indústria da moda no Brasil. À medida que as empresas buscam se reinventar e conquistar novos territórios, a tendência de fusões no setor continuará a moldar a paisagem da moda global. No entanto, os desafios de integrar culturas, manter identidades de marca e lidar com a complexidade fiscal requerem estratégias cuidadosas para garantir o sucesso dessas uniões.

Há de se atentar, ainda, à metamorfose impulsionada por essa série de fusões, que sinaliza um futuro ainda mais dinâmico para o setor no Brasil e no mundo.

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