Redação Culturize-se
À medida que adentramos 2024, os horizontes do mundo da arte se expandem, apresentando-nos uma tapeçaria rica em inovação, crescimento e respostas dinâmicas aos desafios contemporâneos. Neste panorama, as prestigiosas feiras internacionais, como a Paris+, Zona Maco e Expo Chicago, surgem como faróis, guiando-nos pelas tendências e perspectivas que moldarão a criação e apreciação artística global. Ao mergulhar neste emocionante cenário, vislumbramos não apenas exposições, mas uma narrativa em constante evolução que ecoa o espírito criativo de nossa época.
Em outubro deste ano, a Art Basel apresentará a mais recente edição de sua feira, a Paris+, marcando uma mudança para o elegante Grand Palais. Com a renovação de quatro anos do local concluída, a Paris+ está pronta para aumentar significativamente o tamanho dos estandes e o número de expositores em cerca de 25%. Clément Delépine, diretor da Paris+, enfatizou que as galerias emergentes serão o “centro de gravidade” do evento.
Desde sua estreia, a Paris+ tirou a tradicional Fiac de sua posição em outubro, solidificando-se como uma parada regular no movimentado circuito de feiras de arte. A colaboração da Art Basel com outras indústrias, como moda e esportes – especialmente durante as Olimpíadas em Paris – promete manter os colecionadores VIP engajados. A cidade das luzes serve como um cenário deslumbrante para o evento, reforçando sua posição de destaque.
A diversidade artística da Zona Marco
A Zona Maco, a maior feira de arte da América Latina, celebra seu 20º aniversário no Centro Citibanamex, no México. Com mais da metade das galerias sendo do México, a feira destaca a riqueza da arte e cultura do país. Além da apresentação principal de galerias internacionais, a Zona Maco reserva zonas especiais para arte moderna, artistas do Sul Global e obras que exploram a interseção entre prazer e política.
A diversidade é a essência da Zona Maco, com mais de 200 expositores de 29 países no ano passado. A edição de 2024, que acontece entre 7 e 11 de fevereiro, reforça seu papel crucial no cenário artístico global, proporcionando uma plataforma vibrante para a troca cultural.
Já a Expo Chicago, que comemorou seu décimo aniversário no ano passado, está prestes a realizar sua primeira edição sob a nova propriedade da Frieze, a gigante de arte sediada em Londres. A aquisição representa um passo significativo para a Expo Chicago, que trouxe 170 galerias e mais de 32.000 participantes para a Windy City no ano passado.
Com a Frieze trazendo sua influência global, a Expo Chicago busca fortalecer ainda mais seu impacto. Os participantes aguardam para ver as mudanças que essa parceria trará a este evento que tem sido uma líder de longa data entre as feiras de arte independentes nos EUA.
Tendências e perspectivas para 2024
Apesar dos desafios econômicos, uma pesquisa realizada em conjunto pela Art Basel e UBS revela que 77% dos colecionadores de alta renda estão otimistas em relação ao mercado de arte nos próximos seis meses. China continental, Japão, Brasil e Itália demonstram um interesse de compra elevado, com pinturas continuando a serem as mais procuradas, seguidas por esculturas e obras em papel.
Notavelmente, há uma diminuição no número de colecionadores planejando vender suas obras, caindo de 39% em 2022 para 26% em 2024. Muitos antecipam um aumento no valor das obras de seus artistas, refletindo a confiança no potencial de valorização.
Sustentabilidade, ecoarte e práticas éticas ganharão destaque em 2024, refletindo preocupações crescentes com questões ambientais. O mundo da arte está testemunhando uma mudança em direção a práticas mais sustentáveis, desde a produção até a distribuição. Isso representa uma resposta crítica de uma nova geração de artistas comprometidos com a abordagem de questões ecológicas urgentes.
À medida que a tecnologia avança, surgem debates sobre originalidade, autoria e a natureza da criatividade. O “envenenamento de dados,” onde artistas sabotam intencionalmente algoritmos de IA, destaca a tensão entre processos artísticos tradicionais e a crescente presença da IA no campo.
Em 2024, o hipersentimentalismo continuará a ganhar impulso. Esse movimento, mais uma sensibilidade do que um estilo estético, destaca cenas íntimas e emocionais, contrapondo-se às interações digitais prevalentes. Em um mundo saturado digitalmente, o hipersentimentalismo ressoa como uma busca por autenticidade e conexões significativas.
Encerrando nosso panorama artístico, o Tate Modern, em Londres, apresentará uma significativa retrospectiva de Yoko Ono: “Música da Mente.” De 15 de fevereiro a 1º de setembro, a exposição destacará suas obras conceituais interativas, incluindo a icônica “Cut Piece,” além de suas colaborações cinematográficas e musicais com John Lennon.
Em 2024, o mundo da arte não apenas oferta exposições; ele criará narrativas em constante evolução, refletindo a essência criativa de nosso tempo.