Redação Culturize-se
A inteligência artificial (IA) foi o grande tema de 2023 por diversos motivos. Em primeiro lugar, houve avanços significativos na pesquisa e desenvolvimento da IA. Em segundo lugar, a IA passou a ser cada vez mais utilizada em diversas aplicações, desde a saúde até a indústria. Em última instância, o debate sobre os riscos e benefícios da IA ganhou maior visibilidade.
Os avanços na pesquisa e desenvolvimento da IA foram significativos. Em particular, a IA baseada em aprendizado de máquina (Machine Learning) continuou a se desenvolver rapidamente. Sistemas de ML foram capazes de superar humanos em tarefas que antes eram consideradas exclusivamente humanas, como o diagnóstico de doenças e a tradução de idiomas.
Esses avanços na IA levaram a um aumento na sua utilização em diversas aplicações. Em 2023, a IA foi usada em uma ampla gama de setores, incluindo saúde, indústria, transporte, varejo e serviços financeiros. Por exemplo, a IA foi usada para desenvolver novos medicamentos, automatizar tarefas na produção industrial, melhorar a segurança no trânsito e oferecer recomendações personalizadas aos clientes.
O debate sobre os riscos e benefícios da IA também ganhou maior visibilidade, inclusive aqui em Culturize-se. Ao longo de 2023, a IA foi tema de discussão em diversos eventos, como o Fórum Econômico Mundial, a Conferência Mundial sobre Inteligência Artificial e a Assembleia Geral das Nações Unidas. A União Europeia lidera os esforços de regulação da IA. Um texto, que deve entrar em vigor em 2024, classifica os sistemas de IA de acordo com o risco que representam para os indivíduos e a sociedade e estabelece uma série de requisitos e limites para seu desenvolvimento.
O olhar da filosofia
No livro “Superintelligence: Paths, Dangers, Strategies”, que é de 2018, o filósofo sueco Nick Bostrom explora os possíveis perigos e benefícios da inteligência artificial superinteligente, ou seja, de uma IA que seja mais inteligente do que qualquer humano.
Bostrom começa o livro discutindo a possibilidade de a IA superinteligente se tornar real. Ele argumenta que a IA é uma tecnologia promissora e que é provável que continue a se desenvolver rapidamente. Ele também argumenta que não há limites fundamentais para a inteligência que uma IA pode alcançar.
Bostrom argumenta que uma IA superinteligente poderia representar uma ameaça à segurança humana, se não for desenvolvida e utilizada de forma responsável. Ele também discute os possíveis benefícios da IA superinteligente observando que ela poderia resolver alguns dos maiores problemas do mundo, como a pobreza e a mudança climática. Ele também argumenta que uma IA superinteligente poderia nos ajudar a entender melhor o universo e a nossa própria existência.
Para Bostrom a mitigação dos riscos da IA superinteligente precisa começar preliminarmente e não depois que essa realidade estiver posta. O ritmo que o mundo apresenta para regular a IA não está alinhado a este pensamento.