Brasileiro consome mais música em 2023, mas pirataria ainda incomoda

Redação Culturize-se

A IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica), representante global da indústria da música gravada, lançou o relatório “Engaging with Music 2023”, um estudo abrangente sobre o envolvimento, acesso e percepções globais em relação à música. O relatório inclui um recorte específico do mercado brasileiro divulgado pela Pro-Música, entidade que congrega as principais gravadoras e produtoras fonográficas do Brasil.

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Foto: Pexels

Segundo a pesquisa, o tempo médio de consumo de música atingiu um novo recorde mundial, atingindo 20,7 horas por semana. No Brasil, esse número é superado, com uma média de 24,9 horas semanais dedicadas à audição musical.

Baseado em respostas de mais de 43 mil pessoas em 26 países, o relatório é a maior pesquisa global com esse enfoque. As principais conclusões do relatório de 2023, tanto globalmente quanto no Brasil, destacam:

  • O aumento do tempo médio de audição de música, atingindo 20,7 horas semanais globalmente e 24,9 horas no Brasil.
  • A crescente diversidade de métodos de interação com a música, com mais de sete métodos utilizados em média no mundo e nove métodos no Brasil.
  • A apreciação de uma variedade de gêneros musicais, com fãs ouvindo em média mais de oito gêneros no mundo e mais de 10 no Brasil.
  • A importância da música para a saúde mental, com 71% globalmente e 83% no Brasil considerando a música crucial para o bem-estar mental.

O relatório destaca ainda a persistência do problema da música não licenciada, com 29% globalmente e 47% no Brasil admitindo o uso de meios ilegais ou não licenciados para acessar música.

Paulo Rosa, Presidente da Pro-Música Brasil, destaca a multiplicidade de modelos de acesso ao conteúdo musical e a necessidade de proteger a indústria contra o uso ilegal. “O setor de música gravada no Brasil está em linha com o que se pratica nos principais mercados musicais do mundo. No caso de utilização de meios ‘piratas’ para acesso à música, entretanto, estamos acima da média mundial (29% global X 47% Brasil) o que reforça a necessidade de trabalho contínuo do setor e atenção dos legisladores e governos”.

Pela primeira vez, o relatório inclui uma seção dedicada à inteligência artificial (IA), enfatizando que os fãs valorizam a autenticidade, com 79% sentindo que a criatividade humana continua sendo essencial para a criação musical. Fãs conscientes da capacidade da IA generativa exigem permissão para o uso da música de artistas existentes, com 76% globalmente considerando essa autorização inegociável.

O relatório destaca a necessidade de transparência na utilização da IA, com 73% concordando que um sistema de IA deve listar claramente qualquer música utilizada. A pesquisa reforça a importância de apoiar e proteger o valor da música diante dos desafios apresentados pela evolução tecnológica.

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