Reinaldo Glioche
Houve grande alvoroço quando da primeira colaboração do ex-presidente dos EUA Barack Obama com a gigante do streaming Netflix, em 2019, com o documentário “American Factory”, que, inclusive ganhou o Oscar da categoria. Passados três anos e aquela euforia inicial, Obama tornou-se um produtor associado de prestígio desenvolvendo projetos que lhe são caros tematicamente e dando amplitude à causas sociais.
O acordo milionário e de exclusividade com a Netflix, compreensivelmente, não teve seus termos revelados, mas especula-se o valor de US$ 50 milhões para a produção de cerca de 50 horas de conteúdo original em forma de documentário, séries documentais, séries ficcionais e longas de ficção.
Somente em 2023, Obama lançou a série documental “Trabalho”, em que explora as esperanças e angústias da classe trabalhadora nos EUA e o filme “Rustin”, que já cumula burburinho para o Oscar, especialmente para Colman Domingo na categoria de Melhor Ator. A cinebiografia sobre o ativista e líder dos direitos civis Bayard Rustin é a principal estreia deste fim de semana na plataforma.
Em declarações à imprensa, Barack Obama disse que ficou emocionado ao saber da história de Rustin e que se sentiu honrado por poder contribuir para a produção do filme. Ele também disse que acredita que Rustin é um “herói esquecido” que merece ser lembrado por seu trabalho pelos direitos civis. “Rustin é uma história importante e oportuna”, conclama. “É uma história sobre um homem que dedicou sua vida a lutar pela justiça e a igualdade. É uma história que todos nós devemos conhecer.”
O filme conta a história de Rustin, um homem gay que foi um dos líderes do movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos. Rustin foi um organizador chave da Marcha sobre Washington de 1963, onde Martin Luther King Jr. proferiu seu famoso discurso “Eu tenho um sonho”.
É possível afirmar que a produção é a mais sofisticada enquanto projeto da parceria do ex-presidente com a Netflix e pode reconfigurar por completo a promissora carreira de Obama na indústria do entretenimento. É razoável supor que o peso de sua figura influencie positivamente a recepção do longa na temporada de premiações.
Sua produtora, a Higher Ground Productions é uma das responsáveis pelo hit “A Queda da Casa de Usher” e do filme “Leave the World Behind”, que estreia em dezembro. A produtora já desenvolve a série documental “The Jumpstart”, sobre jovens que estão inovando em suas comunidades.