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“The Morning Show” altera protagonista e se revitaliza no 3º ano

Série da Apple faz um pertinente comentário sobre o avanço das big techs sobre a mídia, algo inerente à própria atuação da Apple na atualidade

Por Reinaldo Glioche

Quem acompanha a série cartão de visitas da Apple, sabe que desde sua gênese Billy Crudup roubou a cena em “The Morning Show”. Após um segundo ano hesitante, em parte pela disposição de incorporar a pandemia de Covid-19 na narrativa, a série volta aos eixos com algumas mudanças estruturais significativas.

A primeira delas versa sobre quem está no centro da ação. Bradley Jackson e Alex Levy, personagens de Reese Witherspoon e Jennifer Aniston respectivamente, continuam importantes para a trama, mas o foco está em Cory Anderson, o complexo, cínico e paradoxal personagem defendido com bravura e profundidade por Billy Crudup. Ele, que rapidamente se firmou como o coração do programa, é a grande linha mestra do arco do 3º ano.

Cena da 3ª temporada de The Morning Show
Billy Crudup e Greta Lee em cena de “The Morning Show” | Foto: Divulgação

O segundo ponto relevante para a revitalização foi abandonar a ideia de mostrar os bastidores do programa televisivo que dá nome à série e abraçar a virulência do mundo corporativo no universo da mídia, um dos grandes charmes embutidos nos dois primeiros ciclos. Essa circunstância é adensada pelo comentário sagaz a respeito do avanço das big techs sobre as empresas de mídia.

O comentário não é essencialmente novo, tampouco traz novos insights, mas é muito bem urdido e conta com Jon Hamm, uma das novidades da temporada, em grande forma. Ele dá vida a esse decalque de Elon Musk, mas o reveste de tridimensionalidade fortalecendo o pathos cultural ambicionado pela dramaturgia.

Ao fim dos 10 episódios, um aceno para uma nova reinvenção. “The Morning Show” soube conjugar o frenesi das notícias com o ar blasé das novelas, sem perder de vista a roupagem de produto sofisticado. Essa habilidade dá à série da Apple um range de audiência ainda maior do que aquele capitalizado por suas estrelas e esse, talvez, seja o maior legado desse 3º ano.

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