Redação Culturize-se
Em uma colaboração inovadora entre a artista multidisciplinar Charlie Ann Max e o coreógrafo Mike Tyus, as fronteiras entre arte e a forma humana foram exploradas em uma performance intitulada “Holy” (“Sagrado”). Essa peça inovadora, apresentada em 12 de outubro no estúdio LA Dance Project, no centro de Los Angeles, marcou uma quebra criativa para Tyus e seu co-coreógrafo Luca Renzi, sendo a primeira vez que apresentaram uma performance totalmente nua.
A performance começou com corpos espalhados pelo chão, envolvidos em um diálogo que enfatizava a sacralidade das partes do corpo e objetos cotidianos. À medida que os corpos começavam a se mover, a coreografia se desdobrava, destacando a beleza da nudez crua e explorando a dinâmica de virar, separar e entrelaçar.
Charlie Ann Max, conhecida por sua abordagem única na cena gastronômica de Los Angeles, compartilhou sua própria conexão com a nudez. Durante a pandemia, ela ganhou reconhecimento por sediar jantares para construção de vínculo nos quais os convidados eram encorajados a deixar suas roupas na porta. Max, uma ex-dançarina, encontrou libertação ao estar nua, cultivando uma conexão positiva com seu corpo.
O conceito de nudez como uma experiência libertadora tornou-se a base do projeto de Max, Füde, que incentiva as pessoas a abraçarem sua essência mais pura e humana por meio da culinária à base de plantas, da nudez e do amor próprio. O encontro de Max com Tyus e Renzi resultou em uma colaboração explorando a interseção de movimento, nudez e autoconsciência.
A obra mais recente de Tyus e Renzi, “My Body is an Instrument” (“Meu Corpo é um Instrumento”), destacou seus corpos como instrumentos ao usar sensores que desencadeavam uma paisagem sonora com seus movimentos, transformando os dançarinos em instrumentos vivos.
Em uma conversa facilitada pela CULTURED, Tyus e Max exploraram suas jornadas respectivas com a nudez e a importância de criar arte que abraça a forma humana. Tyus discutiu sua exploração da objetificação do corpo humano como coreógrafo, enfatizando como a nudez em suas performances permitiu que experimentassem seus corpos de forma pura.
Max compartilhou sua jornada pessoal com a nudez, relembrando suas lutas com a imagem corporal como dançarina e como abraçar a nudez levou a uma conexão mais positiva consigo mesma. Füde, o projeto de Max, nasceu da intenção de incentivar as pessoas a retornarem às suas essências por meio da culinária à base de plantas e da aceitação da nudez.
Os artistas também abordaram os desafios de compartilhar seu trabalho em plataformas como o Instagram, onde questões de censura frequentemente surgem. Tyus expressou gratidão pelo fato de as expressões artísticas de seu trabalho, capturadas por fotógrafos e videomakers usando técnicas criativas, não terem sido removidas. Max compartilhou sua experiência de enfrentar exclusões e relatos em suas contas, levando-a a reavaliar o propósito do Füde como uma experiência presencial e sagrada.
A conversa destacou o poder transformador de abraçar a nudez na arte, rompendo com as normas sociais e criando espaços nos quais o corpo humano é celebrado. A colaboração entre Tyus e Max exemplifica o potencial da arte para desafiar convenções, promover o amor próprio e cultivar uma conexão mais profunda com a forma humana.