Curitiba se colocou no mapa das cidades mais inteligentes do mundo ao vencer um prêmio de prestígio nesta semana e, a um ano das eleições municipais no Brasil, chama a atenção para projetos modernos de cidades
Redação Culturize-se
Smart cities, ou cidades inteligentes, são um conceito que busca utilizar a tecnologia e a inovação para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, otimizar os recursos naturais e promover um desenvolvimento sustentável. Essas cidades são caracterizadas por sua capacidade de integrar infraestrutura, comunicações, energia e serviços urbanos de maneira eficiente, proporcionando uma experiência urbana mais conectada e inteligente.
Existem diversas cidades em todo o mundo que são consideradas referências em termos de smart cities, por suas soluções inovadoras, abordagens sustentáveis e legado para outras cidades. E Curitiba acaba de entrar nesse mapa. Ela é a primeira cidade brasileira a ser eleita como a melhor cidade inteligente do mundo, em uma categoria que inclui cidades de todos os tamanhos e de todos os continentes.
A vitória de Curitiba como smart city é um marco importante para a cidade e para o Brasil. Curitiba é a primeira cidade brasileira a ser eleita como a melhor cidade inteligente do mundo, em uma categoria que inclui cidades de todos os tamanhos e de todos os continentes.
O prêmio World Smart City Awards é concedido pela Fira Barcelona, organizadora do Smart City Expo World Congress. O prêmio é concedido a cidades que demonstram excelência em uma série de áreas, incluindo:
- Governança: Gestão eficiente de recursos e serviços públicos
- Economia: Desenvolvimento sustentável e geração de empregos
- Sustentabilidade: Preservação ambiental e uso eficiente de recursos
- Inovação: Uso de tecnologia para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos
Curitiba foi premiada por suas iniciativas em várias dessas áreas. A cidade tem um histórico de inovação e de uso de tecnologia para melhorar a vida dos cidadãos. Curitiba foi uma das primeiras cidades do mundo a implementar um sistema de transporte público inteligente, o Bilhete Único. A cidade também tem um sistema de gestão de resíduos sólidos eficiente, que recicla mais de 90% dos resíduos gerados. Outro aspecto pertinente à escolha da capital paranaense é o sistema de iluminação pública que usa sensores para ajustar a intensidade da luz de acordo com a necessidade.
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Existem outras referências de cidades inteligentes no mundo. Cingapura, reconhecida por sua abordagem holística, talvez seja a maior delas. Cingapura investiu na criação de uma rede de sensores para monitorar e gerenciar a cidade de forma eficiente. Suas soluções incluem sistemas de transporte inteligentes, gestão do fornecimento de água e energia, além de aplicativos móveis para melhorar a experiência dos cidadãos. Cingapura também se destaca por seu compromisso com a sustentabilidade, como o incentivo ao transporte público e a utilização de energia solar.
Já Barcelona aposta forte na tecnologia como facilitadora de uma experiência urbana mais integral e inclusiva. Barcelona possui uma conexão em tempo real entre os sensores de sua infraestrutura, permitindo um monitoramento eficiente dos serviços urbanos, como transporte público, iluminação e resíduos. A cidade também promove o uso de aplicativos móveis que facilitam a vida dos cidadãos, como o pagamento eletrônico de serviços e reservas de estacionamento.
Ainda na Europa, a capital da Suécia, Estocolmo, é considerada uma cidade líder em termos de sustentabilidade e eficiência energética. Ela possui diversas iniciativas voltadas para a redução de emissões de carbono, como o incentivo ao uso de bicicletas, a criação de áreas verdes e o uso eficiente de recursos naturais. Estocolmo também investe em soluções de transporte inteligente, com sistemas de compartilhamento de carros elétricos e transporte público de alta qualidade.
O exemplo de Paris
Curitiba acaba de ganhar um boost e colocar de vez o assunto cidades inteligentes no radar eleitoral. Em outubro de 2024, o Brasil terá eleições municipais e cidades mais sustentáveis, inclusivas e economicamente robustas vão ser pauta de debate nas grandes metrópoles. Não há como desvincular atividade econômica da agenda sustentável, geração de energia das questões climáticas e cidades só podem aspirar o equilíbrio econômico e demográfico se forem mais inteligentes.
É este o desafio assumido por Paris. A prefeita Anne Hidalgo lançou um plano ambicioso para reduzir os deslocamentos casa-trabalho em até 15 minutos, chamado “cidade 15 minutos”. O plano tem como objetivo tornar Paris uma cidade mais compacta e mais acessível, com todos os serviços essenciais localizados a uma distância de 15 minutos a pé, de bicicleta ou de transporte público. A cidade está investindo em uma série de projetos de transporte público, incluindo a expansão do metrô e da rede de ônibus, bem como a eletrificação da frota. Esses investimentos visam tornar o transporte público mais acessível e eficiente.
Outra medida é incentivar o desenvolvimento de bairros compactos, com uma mistura de usos, incluindo moradia, comércio e serviços. Esses bairros visam tornar a vida cotidiana mais fácil e conveniente. A cidade está promovendo o uso da bicicleta, com a construção de novas ciclovias e a implantação de programas de incentivo à bicicleta.
A expectativa é que o plano “Cidade de 15 Minutos” esteja concluído até 2030. Não obstante, o projeto “Paris Smart City” está investindo em uma série de tecnologias inteligentes, incluindo sensores, câmeras e drones. Essas tecnologias estão sendo usadas para melhorar a eficiência dos serviços públicos, como transporte, segurança e saúde.