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Cinemas de rua de São Paulo vivem nova fase de incertezas

Reinaldo Glioche

Não é nenhum segredo que a era de ouro dos cinemas de rua já acabou no Brasil. Algo que é aventado com nostalgia no documentário de Kleber Mendonça Filho, “Retratos Fantasmas”, que chega em novembro na Netflix, mas há o consenso, na forma de um esforço patrimonial de empresas preocupadas com a formação cultural de cidadãos, de que é preciso manter de alguma forma esse legado.

Fachada do Cine Marquise em São Paulo
Fachada do Cine Marquise | Foto: Yago Moreira

Não é novidade, também, que patrocinar esses espaços, para além da boa fama de patrono cultural, não viabiliza nenhum retorno financeiro efetivo, o que ajuda a entender a dificuldade de manter relações de longo prazo com investidores institucionais. A relação do Cine Belas Artes com o Grupo Petrópolis vai se encerrar no fim de 2023 e o Cinema está em busca de um novo patrocinador, uma circunstância de ansiedade e incerteza que vive pela 3ª vez desde 2011. Antes da Petra, a Caixa patrocinou o cinema por um tempo.

Agora na última semana foi divulgado à imprensa que o Cine Marquise, que a exemplo do Belas Artes, é um endereço cultural de prestígio na Avenida Paulista, em São Paulo, vai perder o patrocínio da Sabesp, que desde 2021 ajudava a manter o espaço aberto. Antes disso, o Globoplay patrocinou o cinema por um curto período.

“É sempre uma pena perder um patrocinador, mas, infelizmente, faz parte do mercado de patrocínios. A parceria e relacionamento entre Sabesp e Cine Marquise foram incríveis. Sabesp foi uma das poucas empresas que abriu as portas para o projeto do cinema no meio da pandemia, em 2021. Disso, somos muito gratos e respeitamos a decisão da empresa. Agora, seguimos trabalhando e à procura de um novo apoiador para nossos projetos”, disse Marcelo J. L. Lima, diretor do Cine Marquise.

Não dá nem mais para dizer que vivemos a era dos multiplexes, como foram os 20 primeiros anos do século XXI. Hoje, vivemos a era do streaming e, se o cinema como um todo já sofre, é natural que o cinema de rua sinta o golpe de maneira mais dura e aguda.

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