“Patrimônio Vivo – Cultura e Tradição”, em cartaz no Centro Cultural do Banco do Brasil de Belo Horizonte (MG) leva o visitante para dentro do ateliê de restauração
Redação Culturize-se
Um trabalho minucioso, geralmente desconhecido pela maioria do público, desempenha um papel essencial na narrativa de bens culturais com dezenas e até centenas de anos de história. A exposição “Patrimônio Vivo – Cultura e Tradição” iniciou em Belo Horizonte no dia 25 de outubro, revelando os bastidores da preservação de objetos. Hospedada no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-BH), esta exposição recria as oficinas da Fundação de Arte de Ouro Preto (Faop) em uma mostra intitulada “Ateliê Vitrine – Caminhos da Conservação-Restauração”.
Essa iniciativa marca a primeira fase da exposição, que continuará até 20 de novembro. O objetivo é oferecer ao público a oportunidade de compreender os intricados processos envolvidos na preservação do patrimônio cultural, histórico e artístico. De maneira envolvente e informativa, os visitantes terão acesso a informações sobre a conservação e restauração. A exposição apresentará cerca de dez obras, incluindo pinturas a óleo e esculturas em madeira, cujo processo de restauração já foi concluído, destacando a transformação ocorrida e também peças que estão sendo restauradas ao vivo. Além disso, fotografias documentando as etapas do processo de conservação e restauração também fazem parte da exposição.
A Fundação de Arte de Ouro Preto (Faop) foi fundada em 1968 por figuras ilustres como o poeta Vinicius de Moraes, a atriz Domitila do Amaral, o escritor Murilo Rubião e o historiador Affonso Ávila. Durante a exposição no CCBB-BH, os visitantes terão a oportunidade de apreciar obras de artistas que desempenharam um papel significativo na história da instituição, bem como na história da arte em Minas Gerais e no Brasil, incluindo nomes como Annamélia Lopes, Nello Nuno, Jarbas Juarez, Fernando Lucchesi e Fani Bracher.
No segundo momento da exposição, a partir do dia 29 de novembro, o “Ateliê Vitrine” será substituído pelo rico “Acervo de Presépios” da Faop. Este acervo foi constituído com as premiações dos 51 anos de existência do Concurso Nacional de Presépios da fundação. O projeto oferecerá visitas mediadas e ações educativas, fornecendo informações ao visitante sobre a origem, a diversidade de materiais, as soluções técnicas e a atualização da tradição de fazer presépios.
O público terá acesso à trajetória do concurso com a passagem do tempo marcada pela transformação de materiais e interpretações do tema. A exposição prestará uma homenagem à tradição dos fazeres em pedra-sabão e madeira, destacando a criatividade por meio da diversidade de materiais e abordagens. As três salas expositivas contarão com textos de apresentação, presépios e serão ambientadas com os tradicionais tapetes devocionais feitos em serragem.