A pretexto do lançamento de “Hackney Diamonds”, que está na lista, Culturize-se elaborou uma lista com os 10 melhores discos da carreira dos Rolling Stones
Redação Culturize-se
Os Rolling Stones são uma das bandas mais importantes e influentes da história do rock and roll. Em seus mais de 60 anos de carreira, a banda lançou mais de 60 álbuns, sendo 24 deles – já contando com “Hackney Diamonds” – de inéditas.
A discografia dos Rolling Stones é marcada por uma grande diversidade de estilos musicais, desde o blues e o rock and roll tradicional até o reggae, o funk e o soul. A banda também é conhecida por suas letras provocativas e irreverentes, que abordam temas como sexo, drogas e política. Os Stones também lançaram álbuns conceituais e experimentais, como “Their Satanic Majesties Request” (1967) e “Exile on Main St.” (1972).
A seguir, listamos os dez melhores álbuns da carreira dos Rolling Stones.
10 – “Hackney Diamonds” (2023)
Foram 18 anos de espera por um álbum de material original desde “A Bigger Bang” de 2005, mas o tempo foi generoso: é um arrasa-quarteirão total. Desde a provocadora e atrevida performance de Mick em “Angry” até o habilidoso solo de guitarra de Keith em “Whole Wide World”, o grupo parece revitalizado e energizado. O falecido baterista Charlie Watts participa de duas músicas, com contribuições de Elton John, Stevie Wonder, Lady Gaga, entre outros.
9 – “Blue & Lonesome” (2016)
“Blue & Lonesome” viu os Stones tentarem recuperar sua essência em um álbum composto exclusivamente de covers de blues. Existem destaques, como sua enérgica versão de “Hate To See You Go” de Little Walter, mas, o todo funciona de forma muito bem equacionada. É salutar ver a banda exercitando sua musculatura e reinterpretando clássicos do gênero.
8 – “The Rolling Stones” (1964)
Onde tudo começou. O álbum de estreia autointitulado dos Stones em 1964 é uma cápsula do tempo emocionante. Composto principalmente por covers de músicas de blues e R&B, como “Route 66” de Bobby Troup e “I Just Want To Make Love To You” de Willie Dixon, também apresenta um trio de músicas originais que sugerem como os Stones revolucionariam o gênero que amavam.
7 – “It´s Only Rock and Roll” (1974)
Visto por alguns críticos como o momento em que a banda passou para a paródia – veja o excesso inchado da arte da capa de Guy Peellaert – seu 12º álbum não merece sua reputação de segunda classe. A faixa-título não pode ser ignorada, assim como a faixa de abertura “If You Can’t Rock Me”, e a música emprestada dos Temptations “Ain’t Too Proud To Beg” é possivelmente a melhor versão de rock feita por eles.
6 – “Aftermath” (1966)
O primeiro álbum dos Stones composto inteiramente por músicas originais, “Aftermath” de 1966 representou um grande avanço artístico para a banda. Desde a sátira de abertura de “Mother’s Little Helper”, sobre donas de casa viciadas em tranquilizantes, até a zombeteira “Under My Thumb”, Jagger e Richards provaram com “Aftermath” que poderiam competir de igual para igual com os esforços prolíficos de composição de Lennon e McCartney para os rivais The Beatles. O clássico sinistro “Paint It Black”, lançado apenas como single no Reino Unido, foi incluído como faixa de abertura na versão dos EUA do álbum.
5 – “Some Girls” (1978)
“Algumas Garotas” encontra a banda renascida e rejuvenescida em plena era punk e com a emergência do disco virando a esquina. “Miss You”, o último single número um deles nos EUA, é uma dica sinuosa à cena emergente, enquanto “Beast of Burden” é uma de suas baladas de rock mais apaixonadas. Uma versão sinuosa de “Just My Imagination (Running Away With Me)” se encaixa perfeitamente, enquanto “Respectable” é tão atrevida quanto qualquer coisa dos Pistols. Justo quando o mundo achou que a banda estava acabada, eles criaram um clássico.
4 – “Beggars Banquet” (1968)
Começando com a monumental “Sympathy for the Devil”, o álbum passa por baladas narcóticas (“No Expectations”, com o belo slide guitar de Brian Jones) até hinos de protesto como “Street Fighting Man”. Fácil um dos maiores e mais influentes álbuns de rock já feitos.
3 – “Let it Bleed” (1969)
A banda capturou o medo que pairava sobre o final dos anos 60. “Gimme Shelter”, a maior faixa de abertura na história do rock, é um turbilhão de guerra e estupro, e estrela uma surpreendente interpretação vocal de Merry Clayton. A faixa de encerramento “You Can’t Always Get What You Want” provou que Mick e Keith podiam performar à la Beatles, mas também foi um encerramento apropriado para a morte do sonho dos anos 60.
2 – “Sticky Fingers” (1971)
Os Stones revelaram pela primeira vez o rock and roll sujo e chapado que eles eventualmente aperfeiçoariam em “Exile”. A provocante capa do álbum feita por Andy Warhol – um close-up de um órgão masculino vestido com jeans (não de Jagger, como se pensava) – foi banida na Espanha franquista, acrescentando ainda mais ao mistério perigoso do álbum. A faixa “Brown Sugar”, hoje maldita por sua sexualização exacerbada de mulheres negras, é uma explosão blueseira de difícil reprodução.
1 – “Exile on Main St.” (1972)
O melhor álbum dos Rolling Stones foi gravado no porão úmido de uma antiga vila nazista chamada Nellcôte, no sul da França. Depois de ser adquirida por Keith Richards, os Stones se mudaram para lá em 1972 para fazer um disco longe de estúdios convencionais e voltaram com um álbum duplo expansivo com relativamente poucos sucessos de rádio. Em vez disso, são simplesmente 67 minutos e sete segundos do mais puro rock ‘n’ roll já registrado em vinil. Canções justas e agitadas como “Tumbling Dice”, “All Down The Line” e a cantada por Richards “Happy” foram o resultado de Jagger e Richards se incentivando a escrever uma ou duas novas músicas todos os dias.
Eis um álbum perene por seu valor artístico sozinho, mas que cresce de tamanho sempre que nos debruçamos sobre os bastidores de sua força criativa.