Reinaldo Glioche
Esse colunista já teve o prazer de entrevistar Vera Egito, uma figura inteligente, generosa e profundamente apaixonada pelo cinema e por seu ofício, a pretexto do lançamento comercial de seu longa “Amores Urbanos”, em 2016.
Agora a cineasta está com filme novo na praça e com forte conteúdo histórico e político. Trata-se de “A Batalha da Rua Antônia”, que será exibido na Première Brasil do Festival do Rio nesta quinta (12), antes de partir para a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, no fim do mês. O longa ainda participa de alguns festivais menores nos EUA antes de sua estreia comercial, planejada para 2024.
A obra retrata momentos da noite de outubro de 1968 que ficou conhecido como “Batalha da Rua Maria Antônia”. 21 planos sequências trazem a tensão e os conflitos vividos por professores e estudantes do Movimento Estudantil de Esquerda, no prédio da Faculdade de Filosofia da USP, que montaram uma vigília para garantir a votação no pleito do movimento estudantil em plena repressão da ditadura militar. Eles enfrentam os ataques do Comando de Caça aos Comunistas vindos do outro lado da rua, da Universidade Mackenzie. Quando o confronto explode, gritos, molotovs, pedras, paus e bombas caseiras são atiradas, e as 24 horas vividas com a paixão da juventude dos anos 60, em defesa de um ideal, se misturam com a iminência da invasão dos militares ao prédio da USP.