Redação Culturize-se
O LinkedIn, que completou 20 anos no início deste ano, está vivendo um momento especial. Durante a maior parte dessas duas décadas, a reputação do site era decididamente constrangedora. Os usuários podiam passar meses sem visitar o site, retornando periodicamente apenas para atualizar seus currículos. O LinkedIn era o lugar para anunciar quando você estava “animado para anunciar algumas notícias pessoais!”, mas não muito mais que isso.
Então, em agosto, a conhecida escritora de tecnologia do Bloomberg, Sarah Frier, bradou: “Desculpe, mas o LinkedIn agora é legal”. O artigo repercutiu profundamente nos principais veículos de tecnologia e não foi à toda. O editor-chefe do LinkedIn, Daniel Roth, ficou surpreso. “O engraçado disso é que não mudamos nada”, disse ele em entrevista recente ao Press Gazette.
Entre as razões para o crescimento do LinkedIn estão: o Google reduziu a importância dos sites de notícias em suas classificações. O Facebook abandonou quase inteiramente o setor de notícias. O X, anteriormente conhecido como Twitter, vive profunda crise de identidade sob Elon Musk e corre sérios riscos de perder o posto de “rede social de notícias”.
Isso deixa o LinkedIn com uma posição de repente proeminente no ecossistema de notícias. Basta ver como as newsletters se proliferaram na plataforma.
Conjugando notícia e inteligência artificial
As operações de conteúdo do site são supervisionadas por Roth e uma equipe de redatores e editores de notícias de 250 pessoas, distribuídos em 30 países e 17 idiomas. A boa notícia para os operadores de mídia é que, ao contrário do Facebook e do Google, o LinkedIn está muito entusiasmado com o setor de notícias.
“As notícias são essenciais para nós”, diz Roth. “Você não pode progredir em seus negócios ou carreira sem saber o que está acontecendo no mundo. É importante que as pessoas possam ver manchetes, notícias aprofundadas e análises que as façam entender melhor o mundo.”
“Então você vai nos ver cada vez mais encontrando maneiras de apoiar salas de redação e conteúdo de notícias de alta qualidade e jornalistas, e garantir que tenham sucesso no LinkedIn, porque achamos que é muito importante”, diz Roth.
O que nos leva novamente às newsletters na plataforma. Um editor pode inscrever automaticamente toda sua audiência do LinkedIn e monetizar essa lista de assinantes, tratando os seguidores como uma comunidade envolvida em vez de uma audiência passiva, respondendo a suas perguntas e comentários e oferecendo perguntas de pesquisa para votação.
A estratégia atual da empresa gira em torno dos “Quatro Cs” – criar conteúdo, curar conteúdo, cultivar vozes e circular conteúdo – e, é claro, a inteligência artificial (IA).
Em vez de usar a IA para criar conteúdo, o Linkdin a usa para encontrar novas audiências. Isso significa que os usuários verão mais conteúdo relevante em seus feeds, mesmo que ele venha de pessoas que eles não seguem no site.
A missão de Roth ainda é inspirada pelo que lhe foi pedido pelo ex-CEO Jeff Weiner quando foi contratado em 2011. “Sua visão era que você precisa saber o que está acontecendo no mundo para ser bem-sucedido, não importa o que esteja fazendo. Ele disse: ‘A única maneira de fazer isso é com humanos, com editores e com IA'”.