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Disparada no valor dos aluguéis no Brasil não é um fenômeno isolado na América Latina

Redação Culturize-se

A América Latina tem enfrentado nos últimos anos uma crescente inflação nos preços de aluguéis, afetando de maneira significativa a vida dos cidadãos em toda a região. Essa tendência é observada tanto nas metrópoles brasileiras quanto em outras cidades latino-americanas, com variações notáveis em diferentes regiões.

No Brasil, cidades como São Paulo e Rio de Janeiro têm experimentado aumentos consideráveis nos preços dos aluguéis, tornando o acesso à moradia uma preocupação crescente para a população. De acordo com o índice FipeZap, o reajuste médio do aluguel no Brasil subiu 10,7% de janeiro a julho de um ano, superando em três vezes a alta da inflação oficial no mesmo período. Goiânia, por sua vez, foi a capital mais afetada, registrando um impressionante aumento de 37% no valor médio dos aluguéis residenciais entre julho de 2022 e julho de 2023, o que equivale a duas vezes a média nacional.

Cidade de São Paulo
Vista aérea da cidade de São Paulo | Foto: Reprodução/USP

Nas principais metrópoles brasileiras, como São Paulo e Rio de Janeiro, o metro quadrado para aluguel de residências é caro, com São Paulo liderando nesse aspecto. Essa realidade tem levado muitas pessoas a buscarem alternativas, como apartamentos menores, conhecidos como microapartamentos, em áreas de alta demanda, gerando um aumento significativo nos preços. Além disso, a falta de terrenos disponíveis nas zonas mais acessíveis contribui para a escalada dos valores de venda e aluguel.

Na América Latina, cidades como Buenos Aires, na Argentina, e Cidade do México, no México, também enfrentam aumentos substanciais nos valores dos aluguéis. Em Buenos Aires, o custo médio do aluguel de apartamentos subiu alarmantes 126% em um ano. Enquanto isso, a Cidade do México registrou reajustes de aluguel entre 10% e 15%, em média, influenciados pela alta geral da inflação e pela preferência por locais com mais espaço para o home office, especialmente em bairros de alto poder aquisitivo.

Por outro lado, cidades como Lima, no Peru, e Santiago, no Chile, experimentaram aumentos mais moderados nos preços dos aluguéis. Em Lima, o aumento médio foi de 6,3%, influenciado por fatores como inflação geral, queda nas vendas de casas devido às altas taxas de juros de empréstimos hipotecários e a falta de terrenos disponíveis para construção. Em Santiago, os aluguéis acompanharam a inflação de forma mais estável, em parte devido à pressão no mercado imobiliário causada pelo déficit habitacional e ao fenômeno da habitação informal.

A alta inflacionária no valor do aluguel na América Latina é um desafio comum que afeta a vida dos cidadãos em diferentes graus, com variações notáveis entre as principais cidades e regiões. As causas desse fenômeno incluem a inflação geral, a demanda por moradias menores e a escassez de terrenos disponíveis. O cenário futuro dependerá da evolução da economia, inflação e juros em cada país, além de fatores externos que possam influenciar o mercado imobiliário na região.

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