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O que explica o fenômeno “Suits” no streaming?

Série exibida entre 2011 e 2019 está quebrando recordes de audiência nos EUA, onde está disponível nos catálogos da Netflix e do Peacock, e volta a frequentar listas de mais vistos na Netflix brasileira

Redação Culturize-se

A primeira vez que “Suits” foi notícia para além do mundinho dos aficionados por séries de TV foi quando Meghan Markle, uma atriz coadjuvante no programa, começou a namorar série o príncipe Harry e a saída dela da série para ingressar na família real ganhou ares de novela. Alguns anos depois, a série originalmente exibida no USA Network, nos EUA, e no canal Space e Netflix no Brasil, volta à boca do povo com recordes sucessivos de programa mais assistido no streaming, o que é ainda mais chamativo pelo fato da série ter acabado lá em 2019.

No Brasil, a série integra o catálogo da Netflix desde meados de 2015 e as últimas três temporadas foram exibidas por aqui com exclusividade na plataforma. Nos EUA, ela já havia integrado o catálogo do streamer, mas saiu. Em julho retornou com novo acordo de licenciamento, mas sem exclusividade, já que também está disponível no catálogo do Peacock, plataforma da Universal, que produziu a série.

Suits
Foto: Divulgação

O resultado da chegada ao catálogo da Netflix foi uma inesperada alavancagem na audiência do programa que ocupou o topo dos charts da Nielsen, empresa que mede a audiência nos EUA, inclusive de plataformas de streaming, por quatro semanas consecutivas; feito inédito para um programa de catálogo.

“Suits” segue Mike Ross (Patrick J. Adams), um brilhante universitário que já esteve envolvido na venda de maconha. Ele assume a identidade de um advogado em um prestigioso escritório de advocacia em Nova York, um ato considerado ilegal e imoral, pois ele falsamente afirma ter frequentado Harvard. A ´serie então se configura em um buddy movie entre Mike e Harvey Spector (Gabriel Match), um advogado ‘pica das galáxias’ e responsável por dar uma chance a Mike.

A banalidade dos dramas cotidianos é bem dimensionada pela série, que ainda se destaca por ser bastante sagaz na abordagem dos dramas jurídicos. As piadas rápidas e os diálogos sagazes tornam toda a experiência muito convidativa, embora “Suits” não exija muito de seus expectadores. Com generosas nove temporadas, totalizando 134 episódios de 45 minutos, você não precisa se preocupar com o arrependimento de assistir compulsivamente: por que saboreá-lo quando há tanta abundância? Graças ao seu formato de “caso da semana”, que geralmente deixa seus personagens exatamente onde começaram em cada episódio, você pode adormecer durante um episódio e acordar no próximo sem sentir que perdeu muito.

Ou seja, em um momento em que o binge watching está no divã, “Suits” surge em seu resgate. Há muitas explicações para o boom de interesse pela série. Do cansaço de séries pretensiosas ao desejo por um entretenimento ligeiro, mas bem feito, culminando no muito provável desgaste das séries concebidas para consumo rápido nos moldes vigentes. “Suits” é guilty pleasure, mas é, de um modo muito especial e que as plataformas parecem desconectadas, perene.

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