Redação Culturize-se
O espiritismo é uma doutrina filosófica e religiosa que tem uma variedade de vertentes e interpretações. Uma das principais vertentes é o espiritismo kardecista, que se baseia nas obras de Allan Kardec, como “O Livro dos Espíritos”, “O Livro dos Médiuns” e outros textos. Kardec desenvolveu uma abordagem sistemática e científica ao estudo dos fenômenos espíritas, enfatizando a lei de causa e efeito, a evolução espiritual e a comunicação com os espíritos.
Outra vertente importante é o espiritualismo, que se destaca por uma visão mais ampla e diversa sobre os fenômenos espirituais. Autores como Emanuel Swedenborg e Helena Blavatsky tiveram influência significativa no desenvolvimento do espiritualismo, apresentando conceitos como reencarnação, karma e a existência de planos espirituais distintos.
Outra vertente é o espiritismo científico, que enfatiza uma abordagem mais racional e experimental para o estudo dos fenômenos mediúnicos. Autores e pesquisadores como William Crookes, Camille Flammarion e Charles Richet contribuíram para a compreensão e a investigação científica dos fenômenos espirituais.
Há também correntes espiritistas mais contemporâneas, como a umbanda e o espiritismo de mesa branca, que têm raízes em tradições religiosas afro-brasileiras e adotam uma abordagem sincretista, combinando elementos do espiritismo com práticas religiosas indígenas, africanas e católicas.
Embora essas vertentes possam ter diferenças em suas ênfases, práticas e interpretações, é importante lembrar que o espiritismo tem como objetivo comum proporcionar conforto espiritual, promover a evolução moral e estimular a solidariedade entre os seres humanos.
Diante dessa diversidade de vertentes e autores, é necessário um diálogo respeitoso e aberto entre os seguidores do espiritismo, a fim de compreender e apreciar as diferentes perspectivas, experiências e contribuições que cada vertente pode oferecer para o enriquecimento do conhecimento espiritual e humano. Pode-se argumentar que o espiritismo, principalmente no Brasil, se resolveu como a religião mais democrática entre as mais difundidas.
A vertente kardecista
O espiritismo kardecista é a vertente mais conhecida e difundida do espiritismo. O espiritismo kardecista foi fundado por Allan Kardec, na França, durante o século XIX. Ele não possui doutrinas históricas do cristianismo, como a Trindade e a ressurreição física de Jesus. Já outras vertentes do espiritismo podem incorporar elementos do cristianismo em suas práticas e crenças.
O espiritismo kardecista busca aliar aspectos científicos, filosóficos e religiosos, buscando uma melhor compreensão do universo tangível e transcendente, diferenciando-se das demais vertentes que detêm um foco maior no aspecto religioso. Essa corrente trabalha a comunicação útil com os espíritos através de médiuns, mais uma vez divergindo de outras abordagens comuns como a incorporação de entidades durantes rituais.
Relação com o catolicismo
A Igreja Católica considera a prática incompatível com a doutrina católica. A Igreja acredita nas recomendações do Espírito Santo e proíbe a evocação dos mortos, o que é uma prática comum no espiritismo. Em meio à popularização no Brasil, bispos iniciaram uma campanha iniciaram uma campanha nos anos 1950 dizendo que o espiritismo é o desvio doutrinário mais perigoso para o país, uma vez que nega não apenas uma ou outra verdade da fé católica, mas todas elas.
A inciativa perdeu força com o tempo, embora padres ainda sejam enfáticos contra a curiosidade de católicos. Fato é que no país de maioria católica, o espiritismo goza de imensa popularidade, inclusive entre católicos praticantes. Segundo dados mais recentes, de 2019, da Federação Espírita Brasileira são 3,8 milhões de fiéis e cerca de 30 milhões de simpatizantes no Brasil.
*O Culturize-se pode ganhar comissão sobre as vendas no marketplace da Amazon geradas a partir dos links dispostos neste texto.