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Exposição celebra B.B. King, da música à luta contra o racismo

Redação Culturize-se*

A trajetória do guitarrista e compositor norte-americano B.B. King é destaque de uma emocionante exposição no Museu da Imagem e do Som (MIS), localizado na zona oeste da capital paulista. Logo na entrada, os visitantes são convidados a fazer uma reflexão sobre a jornada desse artista icônico, internacionalmente conhecido como Rei do Blues. A exposição, a primeira inteiramente dedicada ao artista no Brasil, proporciona uma experiência sensorial única, envolvendo os espectadores em uma viagem pelo passado do blues e pelas lutas dos afro-americanos por igualdade de direitos.

B.B. King
Fotos: Paulo Pinto/Agência Brasil

Ao ingressar na mostra, os visitantes deparam-se com uma escolha simbólica, onde duas portas estão disponíveis: uma para pessoas brancas e outra para pessoas negras. Essa provocação evoca o período sombrio das leis racistas de segregação que prevaleceram nos Estados Unidos durante a primeira metade do século XX. O blues, um gênero musical que emergiu nos EUA no século XIX, desenvolveu-se a partir de tradições musicais africanas, que tinham relevância religiosa, cultural e, acima de tudo, racial.

O blues como termômetro

A exposição oferece uma narrativa imersiva, transportando os visitantes para o ambiente das plantações de algodão do Mississipi, no sul dos EUA, onde B.B. King trabalhou em sua juventude. Canções de trabalho e hinos de revolta, entoados pela população negra que sofreu com a escravidão nas fazendas, também são parte da trilha sonora que acompanha a exposição. Dessa forma, a vida do músico é entrelaçada com a luta pelos direitos civis dos afro-americanos.

Fotografias, objetos, vídeos e instalações proporcionam ao público uma visão abrangente da carreira artística de King. A exposição apresenta sua jornada desde o período em que ele trabalhava nas plantações até sua ascensão como DJ e apresentador na WDIA, a primeira estação de rádio voltada para afro-americanos. Cartazes de shows e espetáculos a partir de 1948, quando ele já era conhecido como B.B. King, são exibidos, assim como sua icônica guitarra Gibson Lucille, autografada e homenageada pela fabricante em sua honra.

A exposição também destaca as ações políticas e sociais de King, como suas apresentações em presídios como forma de solidariedade à população negra encarcerada. O músico fundou uma associação para facilitar a reintegração de ex-detentos à sociedade, muitos deles vítimas do sistema de justiça norte-americano considerado racista.

B.B. King

Durante o auge de sua carreira, King realizou mais de 340 apresentações em um único ano, e uma foto emblemática mostra-o ao lado de sua banda ao lado de um ônibus que os levava para várias partes dos Estados Unidos. Essa imagem é acompanhada por uma recriação cenográfica de um ônibus segregado, em homenagem a Rosa Parks, uma figura negra importante na história dos direitos civis dos EUA.

A mostra B.B. King: Um Mundo Melhor em Algum Lugar estará aberta para visitação até 8 de outubro no Museu da Imagem e do Som (MIS). O museu recebe os visitantes de terça a sexta-feira, das 10h às 19h, aos sábados, das 10h às 20h, e aos domingos e feriados, das 10h às 18h. A entrada é gratuita às terças-feiras. Para mais informações, acesse a página do museu. Esta representa uma oportunidade de se aprofundar na história de um dos maiores nomes do blues mundial e mergulhar na obra desse incrível artista, vivenciando uma experiência quase tangível como estar dentro de um disco de vinil. O material exibido provém do B.B. King Museum, localizado no estado do Mississipi, o que torna a exposição ainda mais rica e autêntica.

*Com informações da Agência Brasil

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