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Primeira Bienal das Amazônias reúne mais de 120 artistas

Principal objetivo da Bienal das Amazônias é aprofundar o olhar sobre a produção artística da região amazônica e proporcionar o intercâmbio entre criadores e espectadores

Redação Culturize-se

A Bienal das Amazônias está prestes a abrir suas portas ao público em 4 de agosto, trazendo uma proposta inovadora com um corpo curatorial coletivo composto exclusivamente por mulheres, intitulado “Sapukai”, uma palavra da língua Tupi que pode ser traduzida como “grito”, “clamor” ou “canto”. Com o tema “Bubuia: Águas como Fonte de Imaginações e Desejos”, a mostra reunirá 121 artistas dos oito países da Pan-Amazônia e da Guiana Francesa.

Bienal das Amazônias
A obra Pulsante, de Evna Moura | Foto: Divulgação

A temática desta primeira edição foi inspirada na obra do poeta abaetetubense amazônico, representando a relação estética e cultural entre as águas e os corpos que habitam esse território. Os artistas foram selecionados cuidadosamente pela equipe do Sapukai, assegurando a representatividade de todos os povos formadores da Pan-Amazônia, como explica a curadora Vânia Leal. “A lista foi construída olhando para uma Amazônia profunda, que reconhece a diversidade e as multifacetadas individualidades. Olhar por esse caminho traz um projeto de discussão sobre a Amazônia, considerando atores geopolíticos e suas pluralidades culturais. Meu olhar sobre os percursos curatoriais superou fronteiras legais com um compromisso com o contexto Amazônico”, ressalta ela.

Por sua vez, a curadora Keyna Eleison destaca que as obras selecionadas refletem histórias individuais e coletivas dos artistas, bem como trajetórias artísticas muito diversas, o que, por si só, torna a mostra um convite interessante para o público. “Será possível observar como as particularidades das obras dialogam entre si. Essa lista de artistas constrói vários movimentos nesse sentido, várias personalidades nesse lugar. Ela não tem uma definição fixa, está no próprio movimento. É uma forma complexa e sofisticada de imaginar uma coletividade de trabalhos a serem apresentados num espaço. Não só num espaço, mas numa cidade e em todo um território, marcado pela água”, analisa.

A Bienal das Amazônias apontará caminhos produtivos de artistas que têm experiências não apenas em diferentes lugares, como campos, rios e florestas, mas também com povos diversos e vivências distintas, envolvendo experiências particulares dos habitantes da região amazônica. “As características são diversas e ora se aproximam, ora se distanciam, porque os trabalhos dos artistas acontecem no plano individual, mas desdobram-se em visões diversas da cidade, narrativas e culturas populares urbanas que atravessam múltiplas produções identitárias, fortalecidas por um olhar de dentro para fora, numa produção simbólica através de linguagens diversas”, detalha Vânia.

Para Keyna, a Bienal busca romper com algumas ideias convencionais, embora continue sendo, essencialmente, uma exposição de arte. “As cosmo-percepções, soluções e cosmovisões dos artistas conversam entre si. No entanto, esta é uma exposição que deseja trazer uma não conformidade em relação ao que estamos acostumados a ver no encontro com a arte, mas, mesmo assim, não deixa de ser uma exposição de arte”, aponta ela.

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